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CPI a Montenegro pode não ser necessária? “Hipótese é meramente teórica” porque “fuga às perguntas mantém-se”

Pedro Nuno Santos rejeita ter recuado relativamente à Comissão Parlamentar de Inquérito a Luís Montenegro a propósito da Spinumviva, empresa familiar que esteve na origem da queda do Governo.
23 Abril 2025, 15h52

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista (PS), rejeitou esta quarta-feira ter afirmado que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao primeiro-ministro Luís Montenegro, a propósito do caso Spinumviva, pode não ser necessária. Questionado pelos jornalistas sobre as suas declarações na conferência organizada pelo ECO, o líder socialista começou por dizer que a realização da CPI depende de Luís Montenegro e “de mais ninguém”.

“Quando anunciamos e apresentamos a nossa intenção de constituir de uma CPI devia-se ao facto de o primeiro-ministro estar a fugir a um conjunto de esclarecimentos. Essa fuga às perguntas mantém-se”, assinalou Pedro Nuno Santos. Acrescentando, no entanto: “Se todos os esclarecimentos fossem dados até ao final das eleições podia deixar de ser necessário”.

Trata-se de uma “hipótese meramente teórica”, disse também, justificando: “Até ao dia de hoje há um conjunto de questões que não foram esclarecidas e eu não vejo nenhuma vontade do ainda primeiro-ministro fazer esclarecimentos.” O que, no entender do secretário-geral do PS, contrasta com a sua própria atitude relativamente à investigação preventiva do Ministério Público.

“Os esclarecimentos que eu estive disponível para fazer, e fiz em público, infelizmente não vi o meu principal adversário com essa disponibilidade”, atirou o líder socialista, aproveitando a questão para dizer que “o pior que poderia acontecer a Portugal era termos um Governo liderado por alguém que continua a fugir às perguntas do PS mas também da comunicação social”.

A apresentação de uma CPI à vida empresarial de Luís Montenegro levou a que o Governo avançasse para uma moção de confiança, que acabou por ser rejeitada, ditando a queda do Executivo e a consequente antecipação das eleições legislativas para 18 de maio deste ano. No debate da moção, PSD tentou negociar uma CPI mais curta, mas os socialistas mantiveram a intenção de fazer esse escrutínio em 90 dias.

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