O responsável pelas operações do Credit Suisse – o Chief Operating Office (COO) – Pierre-Olivier Bouee, demitiu-se, na sequência de uma investigação interna ter concluído que foi sua a iniciativa de contratar um espião para seguir um ex-colaborador do banco mas sem o conhecimento do CEO, Tidjane Thiam. O chefe de segurança do banco, Remo Boccali, também renunciou. Nenhuma das partes receberá qualquer pagamento, disse o banco citado pelo Financial Times.
Numa conferência de imprensa convocada de emergência, e que se realizou na terça-feira, Urs Rohner, presidente do Credit Suisse, admitiu que: “foi um erro ordenar a espionagem ao ex-gestor de fortunas Iqbal Khan As medidas tomadas não representam os nossos padrões. Os responsáveis pelo acto não devem ser empregados do grupo”, avança o FT.
Uma investigação do Credit Suisse realizada pelo escritório de advocacia Homburger descobriu que o vice-presidente de operações Pierre-Olivier Bouee iniciou uma vigilância ilícita do seu gestor de fortunas Iqbal Khan que saiu para ir para o UBS.
Em julho o UBS anunciou a contratação da antiga “estrela” do Credit Suisse para co-liderar a divisão de wealth management. Urs Rohner, presidente do conselho do Credit Suisse, disse que Khan deixou o banco depois de uma disputa pessoal com Thiam, o que impossibilitou que os dois trabalhassem juntos.
Pouco tempo depois, começaram a surgir rumores que Iqbal Khan poderia estar a recrutar antigos colegas do Credit Suisse para o seguirem no UBS.
Para apurar a verdade, o Credit Suisse contratou a Investigo, uma empresa privada para espiar Iqbal Khan, tendo por missão segui-lo e tirar fotografias às pessoas com quem se ia encontrando. O objetivo seria assegurar que o ex-funcionário não tentaria convencer antigos colegas ou clientes do Credit Suisse a transitarem para o UBS.
Este escândalo de espionagem corporativa que abalou o Credit Suisse, segundo o FT aprofundou-se na terça-feira passada, com o suicídio de um dos envolvidos na vigilância de Khan.
A morte ocorreu na terça-feira passada, de acordo com a empresa de investigação privada Thomas Fingerhurth, citada pela Bloomberg.
O escândalo ganhou uma nova dimensão depois desta noticia de que o funcionário do Credit Suisse que contratou diretamente os detetives privados em nome do banco se suicidou.
A morte do consultor, que atuou como intermediário entre o Credit Suisse e uma empresa de investigação privada, ofuscou as conclusões de um relatório independente sobre a decisão de mapear o ex-gestor do banco, Iqbal Khan, diz o FT.
O Credit Suisse iniciou a vigilância de Khan no mês passado por temer que ele estivesse a preparar-se para roubar banqueiros e clientes para reforçar as fortunas do UBS, onde começou a trabalhar na terça-feira. O banco esteve sob pressão na última semana, quando os detalhes da operação de espionagem se tornaram públicos, incluindo uma perseguição e subsequente confronto físico entre Khan e um investigador particular.
Recorde-se que recentemente, e tal como noticiado pelo Jornal Económico, em Portugal 10 quadros do Credit Suisse saíram em bloco para o rival Julius Baer.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com