Foram concedidos 2,6 mil milhões de euros em crédito no segundo trimestre deste ano, uma subida de 16,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo os mais recentes números da ASFAC (Associação de Instituições de Crédito Especializado) divulgados esta terça-feira.
Para explicar estes resultados a ASFAC aponta “o bom momento da economia portuguesa”, recordando que o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a acelerar e cresceu 0,5% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores e 2,3% face ao período homólogo. Uma subida que entende ter contribuído para impulsionar o mercado do crédito especializado em Portugal.
Por outro lado, esta subida é também uma consequência da recuperação da capacidade financeira das famílias que, no caso dos associados da ASFAC, se reflete num bem de primeira necessidade: o automóvel. A redução do número de particulares em incumprimento – uma tendência que se consolidou no último trimestre – indica que o crescimento do crédito especializado está a ser feito de uma forma sustentada. Os valores do crédito concedido estão abaixo dos que se registavam no período antes da crise financeira.
Na síntese económica de julho o Instituto Nacional de Estatística (INE) salienta que o indicador de clima económico aumentou, registando-se ainda uma taxa de desemprego de 6,7%, 1,2 p.p. inferior ao valor registado no trimestre anterior (8,8% em igual período de 2017). Por outro lado, consolidou-se a tendência de diminuição de situações de crédito malparado. Entre 2013 e o final do primeiro trimestre de 2018 o número de particulares em incumprimento passou de 657 mil para cerca de 510 mil.
Esta redução, na opinião de Menezes Rodrigues, presidente da ASFAC, “mostra o empenho das famílias e das instituições de crédito em procurarem soluções ajustadas às suas necessidades”. O presidente da ASFAC refere ainda que a evolução do crédito especializado no último trimestre mostra a forma como o sector “tem contribuído para a dinamização da economia nacional. O crédito especializado é também um dos responsáveis pelo facto de a economia portuguesa ter voltado a acelerar”.
Um bom indicador desta contribuição é o montante de crédito concedido na rubrica meios de transporte, que passou dos 506 milhões de euros no segundo trimestre de 2017 para os 634 milhões entre abril e junho deste ano, uma subida de 25,1%. Os veículos ligeiros de passageiros usados lideraram, tendo sido concedidos 426,6 milhões de euros, uma subida de 23,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os meios de transporte representaram 68,9% do total dos 920 milhões de euros concedidos no crédito clássico, um crescimento de 27,2% em relação ao segundo trimestre de 2017. Além dos meios de transporte o crédito clássico inclui, entre outras, as rubricas lar, equipamento e crédito pessoal.
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