Os empréstimos de crédito à habitação quadriplicaram em Portugal, desde 1979 e 2022, tendo um peso de 40% no Produto Interno Bruto (PIB), segundo os dados revelados pelo estudo do Banco de Portugal (BdP), intitulado ‘Portugal em Construção’ e que analisa o parque habitacional no país desde o 25 de Abril.
Em 1979, o crédito à habitação era inferior a 10% do PIB português, chegando a pesar mais de 60% em 2011, mas com a grande crise financeira internacional, com origem no setor imobiliário, e a crise da dívida soberana na Europa, a alteração das condições financeiras do país e do setor bancário colocaram o peso do crédito à habitação na ordem dos 40%.
Por outro lado, na União Europeia (UE) a percentagem de pessoas de agregados familiares cujos encargos com a habitação são superiores a 40% do respetivo rendimento disponível supera a de Portugal em todo o período deste estudo, sendo que em 2023, menos de 5% das pessoas em Portugal viviam nestas condições (quase 9% na União Europeia).
No período em análise, o crescimento do parque habitacional foi exponencial, passando dos 2,7 milhões apartamentos clássicos, para os 5,9 milhões, de acordo com os Census 2021. De resto, até 2011, o número de alojamentos recenseados aumentou 800 mil por década, tendo caído para os pouco mais de 100 mil entre 2011 e 2021.
Outro dos dados analisados diz respeito ao crescimento da utilização dos alojamentos para uso sazonal ou habitação secundária. Em 1970, apenas três em cada 100 alojamentos familiares clássicos tinham esta caraterística, sendo que em 2021, eram 19, seis vezes mais.
Um aumento também significativo foi a dos agregados familiares que são proprietários da sua habitação, passando dos 49,3% de 1970, para os 76% em 2022.
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