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Crédito Agrícola com lucros de 224,4 milhões no primeiro semestre a subirem 29%

Subida dos juros levam a “melhor semestre de sempre” do Crédito Agrícola, de acordo com o seu presidente Licínio Pina.
22 Agosto 2024, 11h34

O Crédito Agrícola (CA) é último dos bancos a apresentar contas do primeiro semestre e revelou um resultado líquido consolidado até junho de 2024 de 224,4 milhões de euros, o que traduz um crescimento homólogo de 50,4 milhões de euros (+28,9%).

A rentabilidade de capitais próprios ascende a 17,7%.

Licínio Pina, presidente do grupo Crédito Agrícola, citado na nota realça que “o grupo Crédito Agrícola evidenciou um bom desempenho financeiro no primeiro semestre de 2024″ e diz que é “o melhor semestre de sempre em termos de resultados, consistente com o trajeto observado nos últimos anos, apresentando uma rentabilidade de capitais próprios de 17,7%, para a qual concorreu um lucro de 224,4 milhões de euros”.

As seguradoras do grupo CA representaram um contributo para o lucro consolidado de 9,3 milhões de euros, tendo a CA Seguros apresentado um resultado líquido de 6 milhões de euros e a CA Vida de 3,3 milhões de euros, o que compara com um contributo total de 8,1 milhões de euros um ano antes, traduzindo um crescimento anual de 15,4%.

Na conta de resultados o destaque vai para o aumento das receitas. O produto bancário core no semestre soma 520,6 milhões de euros, representando um crescimento homólogo de 64,6 milhões de euros (+14,2%), decorrente do acréscimo de 64,4 milhões de euros da margem financeira (+19,3% face ao semestre homólogo do ano anterior) para 398,9 milhões de euros.

A subida dos juros ajudou os resultados do banco liderado por Licínio Pina.

A variação homóloga no resultado líquido de 28,9%, foi ainda influenciada pelo acréscimo de 3,8 milhões de euros (+8,9%) nos resultados de contratos de seguros para 47,1 milhões de euros; pela diminuição das provisões e imparidades face ao período homólogo em 20,4 milhões de euros, ascendendo a um reforço de 7,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com um reforço de 28 milhões de euros no semestre homólogo de 2023.

Os resultados foram ainda impulsionados pela melhoria em 2,6 milhões de euros nos resultados de outros ativos para 0,9 milhões de euros.

Em sentido contrário, os resultado do grupo CA foram influenciados pela quebra homóloga de 3,7 milhões de euros (-4,7%) das comissões líquidas, que se fixaram em 74,6 milhões de euros.

As comissões líquidas registaram um decréscimo face ao período homólogo,  justificado pela suspensão da cobrança de comissões ao abrigo das medidas aplicáveis ao crédito à habitação até final de 2024 e pelo não agravamento do preçário.

“A evolução verificada decorre essencialmente da redução nas comissões de crédito, nas comissões de montagem de operações e nas comissões com cheques e operações ao balcão, com um impacto conjunto de -2,5 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2023, parcialmente compensado pelo crescimento nas comissões com meios de pagamento, que registaram um crescimento de 1,8 milhões de euros face ao período homólogo”, explica o banco em comunicado.

Há ainda a destacar a queda do resultado das operações financeiras em oito milhões de euros face a 10,6 milhões de euros registados em junho do ano anterior para 2,5 milhões de euros.

O resultados foi impactado também pelo crescimento dos custos de estrutura em 6,0% para 219,6 milhões de euros (+12,5 milhões de euros face ao período homólogo), decorrentes sobretudo do esforço do grupo CA com o aumento de custos com pessoal em 7,3% face ao período homólogo (+9,2 milhões de euros), mas também pelo impacto com o aumento das renegociações de crédito solicitadas pelos clientes, em resposta à subida das taxas de juro dos contratos de crédito.

O banco justifica ainda os resultados com o acréscimo dos impostos, que ascenderam a 67,4 milhões de euros, o que traduz uma subida de 23,5% face ao registado no semestre homólogo de 2023.

O rácio de eficiência registou uma evolução homóloga favorável de 2,5 p.p. para 42%, face aos 44,5% que se registaram no período homólogo, justificado pela evolução favorável do produto bancário.

No balanço, a carteira de crédito a clientes (bruto) registou um crescimento de 54,4 milhões de euros face a dezembro de 2023 (+0,5%), para 12.113 milhões de euros, “semelhante à taxa de crescimento do mercado como um todo, cifrando-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em 5,8%”.

Já os depósitos de clientes ascenderam a 20.889 milhões de euros no final de junho de 2024, o que compara com 20.004 milhões de euros em dezembro de 2023 (+4,4%), mantendo-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em junho de 2024 em 8,0%.

Licínio Pina sublinha que “a carteira de crédito a clientes verificou um crescimento de 0,5% face ao final de 2023 para 12.113 milhões de euros, graças ao compromisso e empenho dos colaboradores do Grupo e confiança dos nossos clientes e contrapartes”.

“Acreditamos que não é o dinheiro que faz girar o mundo, mas sim o bem que se pode fazer com ele, razão pela qual temos vindo a apoiar empresas e famílias a enfrentar o ambiente de incerteza com o conhecimento, a presença local e um leque abrangente de soluções financeiras e de proteção. Esta é a forma sustentável como ajudamos os nossos clientes e comunidades a fazer a diferença”, refere o CEO do Crédito Agrícola.

O Crédito Agrícola detalha ainda que em 30 de Junho de 2024 os rácio de capital CET1 e Fundos Próprios Totais ascendiam a 23,2% (incluindo resultado líquido do período), o rácio de alavancagem ascendia a 9,8% (incluindo resultado líquido do período), o rácio de cobertura de liquidez (LCR) atingia 671,4% e o rácio de financiamento estável (NSFR) 168,8%, “todos confortavelmente acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos”, revela o banco.

“O nível de fundos próprios de 2.482 milhões de euros (incluindo resultado líquido no perímetro prudencial de 218 milhões de euros) permite ao Grupo superar o requisito mínimo de MREL TREA + CBR em vigor desde 1 de Janeiro de 2024 (25,28%), no âmbito do ciclo 2022, com margem de conforto de 3,07 p.p. à data de 30 de Junho de 2024”, adianta ainda o Grupo CA.

O banco realça que “as seguradoras do Grupo Crédito Agrícola, CA Seguros e CA Vida, registaram ambas os menores rácios de reclamações no Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado – 2023 da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)”.

 

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