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Crédito Habitação: qual o perfil e preferências dos portugueses?

Tendo por base os dados dos últimos 10 mil utilizadores do ComparaJá.pt, o portal de comparação financeira revela qual o perfil e preferências de quem solicita crédito habitação. Conheça as principais conclusões do Barómetro do Crédito Habitação 2020.
3 Julho 2020, 11h29

Cerca de 7 em cada 10 portugueses pedem crédito habitação com o fim de adquirir casas já construídas, optando pela solução “chave na mão” no que toca ao crédito imobiliário. São 72% os que optam por esta modalidade, conforme os dados dos últimos 10.000 consumidores que recorreram ao ComparaJá.pt e que são revelados na primeira edição do Barómetro do Crédito Habitação.

Por outro lado, conforme as conclusões do portal de comparação, cerca de 2 em cada 10 famílias (18% mais concretamente) preferem pedir o crédito com o intuito de construírem uma habitação de raiz.

Já o resto dos casos (10%) são compostas por consumidores que já têm um crédito a decorrer e, para pouparem em juros aproveitando a descida dos spreads, optam por transferir o empréstimo para outra instituição.

 

Portugueses gastam, em média, 149 mil euros na compra de casa

Conforme os dados do portal de comparação, entre os portugueses que recorrem a financiamento para comprar casa, o valor médio gasto na aquisição do imóvel fixa-se em 149 mil euros. Aliás, analisando o gráfico abaixo percebe-se melhor a distribuição destes valores, com os portugueses, na sua grande maioria, a não ir além dos 174.999 mil euros em gastos numa nova habitação.

Uma percentagem considerável (17,2%) adquire casas cujo valor não ultrapassa os 74.999 mil euros, enquanto o grosso está naqueles que pedem entre 75.000 euros a 124.999 mil euros e 125 mil euros a 174.999 mil euros. São 28,5% e 30%, respetivamente.

 

Quase metade dos consumidores querem o máximo de financiamento

No que respeita ao rácio garantia/financiamento dos pedidos de financiamento é possível perceber que a maioria das famílias quer um loan-to-value (LTV) de 90%, a percentagem máxima atualmente praticada no mercado.

Apenas 1 em cada 3 consumidores pretende um LTV inferior a 80%.

 

Média dos contratos fixa-se nos 33 anos

Já no que diz respeito aos prazos dos pedidos de crédito habitação, a maioria das famílias está a solicitar empréstimos a mais de 30 anos. Aqui seguem as indicações do Banco de Portugal que, nas suas medidas macroprudenciais, estabelecem um limite de 40 anos no crédito habitação, prazo esse que pretendem baixar para 30 anos em 2022.

A maturidade média dos empréstimos solicitados pelos utilizadores do ComparaJá.pt está nos 33 anos, abaixo dos 40 anos recomendados pelo regulador, mas ainda acima do valor que este quer ver para os novos créditos a partir de 2022. De ressalvar, contudo, que o ecossistema de crédito habitação ainda inclui uma grande parte dos créditos com prazos entre os 36 e 40 anos (são 43%).

 

Consumidores esperam quase até aos 40 para comprar casa

Se a compra de casa era vista quase como um segundo passo na entrada da vida adulta, a verdade é que, em média, os portugueses esperam até aos 38 anos para pedir crédito habitação. Aliás, é a entrada nos 30’s que parece levar à procura por uma habitação própria.

25,2% dos utilizadores do serviço de crédito habitação do portal de comparação têm idades compreendidas entre os 31 e os 35 anos, enquanto 26,6% recorre a financiamento imobiliário entre os 36 e os 40 anos. De notar ainda que uma percentagem significativa (17,9%) ainda compra casa quando está na primeira metade dos 40’s.

 

Maioria só acaba de pagar o empréstimo depois de entrar na reforma

A idade de término do pagamento do empréstimo à habitação, na maioria dos casos, só acontece depois dos proponentes entrarem na idade da reforma. De acordo com os dados do ComparaJá.pt, conclui-se que 55,11% só acabam de pagar o crédito da casa depois dos 66,6 anos.

Aliás, a maior percentagem está entre aqueles que acabam de pagar ao banco quando têm entre 71 e 80 anos.

 

Famílias pagam, em média, 463 euros de crédito habitação

O valor médio que os portugueses pagam nos mais recentes contratos de crédito habitação fixa-se nos 463 euros, segundo os dados avançados pelo ComparaJá.pt.

33,45% das famílias pagam entre 250€ e 399€, enquanto 24,24% pagam entre 400€ e 549€. É nestes intervalos que se encontram a maioria dos utilizadores do serviço de crédito do portal de comparação.

 

Rendimento médio dos proponentes superior à média nacional

De acordo com os números da PORDATA para 2018, o salário médio de um português por conta de outrem ficou-se pelos 970,4 euros. Números esses que são inferiores ao rendimento médio dos proponentes de crédito habitação que recorreram ao ComparaJá.pt, que ascende aos 1.264 euros.

No entanto, é de realçar que uma grande parte dos pedidos de crédito habitação (40,2%) continuam a ser de consumidores cujo rendimento vai até aos 1.000 euros por mês.

 

Famílias dentro das recomendações na taxa de esforço do crédito habitação

De acordo com as indicações do Banco de Portugal, a taxa de esforço no crédito habitação nunca deve ultrapassar os 50%. É algo que, segundo o ComparaJá.pt, as famílias cumprem uma vez que a taxa de esforço média dos últimos 10.000 consumidores que recorreram aos seus serviços se fica nos 22%.

Aliás, só 7 em cada 100 agregados apresentam uma taxa de esforço superior a 41%, sendo que a vasta maioria tem uma taxa de esforço até 30%.

Por taxa de esforço, entende-se o rácio entre as obrigações de crédito que o agregado tem e os rendimentos que aufere. Idealmente, a taxa de esforço deverá ser igual ou inferior a cerca de ⅓ dos rendimentos de cada família de forma a que, face a alterações nas condições socio-económicas, como poderá ser o desemprego ou doença prolongada, não haja lugar a eventuais incumprimentos.

 

Casas escolhidas têm, em média, 116 m2

No que diz respeito à dimensão da casa, a área bruta média dos imóveis adquiridos pelas famílias que recorreram ao portal de comparação é de 116 m2. Aliás, é no intervalo dos 75 m2 aos 124 m2 que se nota uma maior preferência dos portugueses, tendo 35% adquirido uma habitação neste intervalo de dimensões.

Também é de referir os intervalos de até 74 m2 (21% dos casos), dos 125m2 aos 174 m2 (19%) e dos 175 aos 274 m2 (17%), como tendo percentagens relevantes nas escolhas dos utilizadores. Por outro lado, apenas 5% escolhem uma casa que tenha mais de 275 m2.

 

T3 é o predileto na altura de escolher casa

Na altura de escolher casa nova, o T3 foi a tipologia preferida por quase metade dos últimos 10.000 consumidores que recorreram ao serviço de crédito habitação do ComparaJá.pt. É seguido pelo T2, mas a uma distância já considerável: apenas 28% pediu financiamento para comprar uma casa com esta tipologia.

O T4, apesar de ter valores já afastados destas preferências, ainda reúne alguma preferência das famílias (14,6%) que compraram casa com recurso a crédito. Destaque contrário vai para o T0 com 0,5% das escolhas e o T1, com apenas 5,5% dos consumidores a querer comprometer-se com um crédito habitação para comprar uma casa com esta tipologia.

 

Maioria dos proponentes no crédito habitação tem um curso superior

53% dos portugueses que pediram crédito habitação têm ou a licenciatura concluída (39%) ou o mestrado/doutoramento (14%). Outra grande fatia, 36%, têm o ensino secundário e apenas 10% o ensino primário ou básico.

Neste sentido, importa salientar que a concessão do crédito habitação está parcialmente dependente do rendimento e da estabilidade profissional dos proponentes, tendendo os bancos a atribuir melhores condições no financiamento àqueles consumidores que garantam menor risco de incumprimento. Assim, o baixo nível de escolaridade que, segundo a OCDE, Portugal apresenta entre jovens adultos, e que acaba por se refletir a nível salarial, tende a ter impacto na altura de as famílias nacionais solicitarem crédito habitação.

 

Quais os bancos mais competitivos?

Por sua vez, com base no universo dos utilizadores que recorreram ao serviço de comparação de Crédito à Habitação do ComparaJá.pt no primeiro semestre de 2020 para obter propostas das diferentes instituições bancárias, o portal de comparação distinguiu bancos  em seis categorias.

Os bancos que se destacaram no conjunto das propostas apresentadas aos utilizadores do ComparaJá.pt nesta primeira edição do “Barómetro do Crédito Habitação” foram:

  • Crédito Habitação para Aquisição: Santander
  • Crédito para Construção: Eurobic
  • Crédito Habitação com Taxa Fixa: Novo Banco
  • Transferência de Crédito Habitação: Santander
  • Processo mais rápido no Crédito Habitação: Millennium bcp
  • Comissões iniciais mais baixas no Crédito Habitação: Eurobic

Na determinação da instituição distinguida nas categorias de “Crédito Habitação para Aquisição”, “Transferência de Crédito Habitação” e “Crédito para Construção”, o ComparaJá.pt considerou apenas as propostas que cumpriram os seguintes critérios: Finalidade de Aquisição de Habitação Própria e Permanente; Taxa Variável (indexada à Euribor); Montantes de financiamento iguais ou superiores a 50.000 euros; Prazo igual ou superior a 10 anos.

Já no apuramento da instituição distinguida na categoria de “Crédito Habitação com Taxa Fixa” os critérios considerados foram: Finalidade de Aquisição de Habitação Própria e Permanente; Taxa Fixa com prazo igual ou superior a 20 anos, Montantes de financiamento iguais ou superiores a 50.000 euros.

Por sua vez, na determinação do banco distinguido na categoria de “Processo mais rápido no Crédito Habitação”, isto é, o processo de contratação do crédito habitação mais célere desde o momento em que o cliente pede uma proposta até ao momento em que montante solicitado fica efetivamente disponível na sua conta bancária, foram tidas em conta três dimensões: Média dos processos mais rápidos; Média do total de processos; Média dos processos mais lentos.

Por último, no apuramento da instituição distinguida na categoria de “Comissões iniciais mais baixas no Crédito Habitação” o ComparaJá.pt teve em consideração o valor total do conjunto de comissões iniciais cobradas por cada instituição (comissão de estudo, comissão de avaliação, etc.).

A metodologia detalhada sobre os fundamentos que levaram à atribuição das distinções poderá ser consultada aqui.

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