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Crédito y Caución alerta para os novos riscos de crédito na indústria automóvel

De acordo com a análise da Crédito y Caución, o encargo financeiro gerado pelos novos regulamentos representará um desafio adicional para os fabricantes de veículos, mas os riscos financeiros mais graves serão transferidos para os seus fornecedores de segundo e terceiro nível.
20 Junho 2023, 13h15

A nova proposta europeia para garantir veículos mais limpos e uma melhor qualidade do ar pode representar um desafio financeiro significativo para os fornecedores mais pequenos. Quem o diz é a Crédito y Caución, seguradora de riscos de crédito.

“A nova proposta relativa às emissões na Europa surge numa altura em que os fornecedores de segundo e terceiro nível já enfrentam grandes desafios financeiros”, defende a companhia.

“Desde que as normas Euro 1 originais entraram em vigor em 1992, a União Europeia tem vindo a reforçar as regras em matéria de poluição causada pelo tráfego. A última proposta da Comissão Europeia, denominada Euro 7, representa um desafio adicional para uma indústria já em transformação”, lê-se na análise.

De acordo com a análise da Crédito y Caución, o encargo financeiro gerado pelos novos regulamentos representará um desafio adicional para os fabricantes de veículos, mas os riscos financeiros mais graves serão transferidos para os seus fornecedores de segundo e terceiro nível.

A Crédito y Caución diz mesmo que “em alguns casos, já estão em sério risco financeiro”.

“A Euro 7 terá impacto no risco de crédito de toda a cadeia de valor automóvel, mas o seu impacto potencial mais grave centrar-se-á no nível 3, que fornece as matérias-primas, e no nível 2, que fabrica as peças necessárias para fabricar componentes”, avança o comunicado.

O aumento dos custos dos fatores de produção em termos de matérias-primas e mão de obra, um ambiente de crédito mais restritivo e a necessidade de investir na mudança para veículos elétricos criaram fragilidade no setor, alerta a Crédito y Caución.

“O regulamento Euro 7 pode empurrar os níveis dois e três para a insolvência, ficando sem fundos para cobrir tanto as novas normas de emissões como a transição para veículos elétricos. A redução das vendas de automóveis de combustão mais pequenos e relativamente mais caros afetaria também os OEM [Original Equipment Manufacturer, em português, fabricante do equipamento original] e a sua rede de fornecedores”, lê-se no comunicado

A proposta atualmente em discussão e o seu calendário de aplicação enfrentam a oposição concertada de fabricantes, fornecedores e alguns membros da União Europeia. Pelo que, não está claro se a proposta pode continuar na sua forma atual, pois haverá objeções maciças da indústria e de alguns países afetados. A indústria vai exigir um equilíbrio e que a proposta flexibilize o seu calendário muito apertado.

Quaisquer ajustamentos serão efetuados antes de julho de 2025, data prevista para a entrada em vigor das novas regras aplicáveis aos automóveis de passageiros e aos veículos comerciais ligeiros.

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