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Crescimento da economia deverá ter desacelerado para 1,9% em 2019

Esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística divulga a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado. Projeção da generalidade das instituições está em linha com a meta do Governo.
13 Fevereiro 2020, 17h00

A economia nacional deverá ter crescido 1,9% no ano passado, segundo a generalidade das instituições consultadas pelo Jornal Económico, e em linha com as estimativas do Governo. O Instituto Nacional de Estatística divulga esta sexta-feira a estimativa rápida do Produto Interno Bruto do quarto trimestre do ano passado e da globalidade do ano.

No Orçamento do Estado para 2020, o Executivo manteve a projeção sobre o desempenho da economia nacional de 1,9% em 2019, corroborada pelo Conselho de Finanças Públicas, pelo Fundo Monetário Internacional e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento. Apenas a Comissão Europeia e o Banco de Portugal estão mais otimistas, acreditando que a economia nacional tenha crescido 2% no ano passado.

Também o economista sénior do Banco Montepio José Miguel Moreira explica que o departamento de estudos económicos da instituição prevê que em 2019 se tenha registado um crescimento médio anual de 2%, um abrandamento face aos 2,4% registados em 2018.

“Em termos de componentes do PIB, o abrandamento estimado para 2019 terá resultado da procura externa líquida, cujo contributo negativo estimamos ter-se agravado dos -0.8 p.p. em 2018 para -1.2 p.p. em 2019, com o contributo positivo da procura interna a dever ter mantido sensivelmente inalterado face ao observados em 2018 (+3.2 p.p.)”, explica.

José Miguel Moreira sublinha que “a maior desaceleração do consumo privado e, em menor grau, do consumo público, deverá ter sido compensada pela aceleração do crescimento do investimento em capital fixo (FBCF)”.

“Tanto as exportações, como as importações, deverão ter desacelerado, mas com a abrandamento a ser superior no primeiro caso, refletindo-se no já referido agravamento do contributo negativo das exportações líquidas para o crescimento em 2019”, sublinhou.

Já o departamento de estudos económicos do Santander projecta que a economia nacional tenha registado uma expansão de 1,9%, explicada “pelo maior contributo do consumo privado, apesar do menor contributo do investimento, com as exportações líquidas a pesarem negativamente no PIB”.

Também Paula Carvalho, economista chefe do BPI, identifica que a procura interna – sobretudo consumo privado e investimento –  deverá manter um contributo relevante, enquanto se espera um contributo menos negativo da procura externa líquida”, projetando que o PIB tenha crescido 1,9%.

“Efetivamente, as exportações de bens e serviços têm vindo a acelerar o seu ritmo de crescimento enquanto as importações crescem menos, pelo que se antecipa uma melhoria da componente externa”, justifica.

No terceiro trimestre, o crescimento da economia portuguesa desacelerou para 0,3% em cadeia, quando a variação tinha sido de 0,6% no trimestre anterior. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB cresceu 1,9% no terceiro trimestre, mantendo a mesma taxa de crescimento homóloga do trimestre anterior.

Para o quarto trimestre, o Paula Carvalho projeta um crescimento de 0,3% em cadeia e 1,7% em termos homólogos, enquanto o Santander prevê um crescimento de 0,35% em termos reais. Já o Montepio prevê uma expansão de 2%, no intervalo entre 1,9% e 2,1%, enquanto em cadeia aponta para um crescimento de 0,5%, no intervalo entre 0,4% e 0,6%.

José Miguel Moreira realça “no entanto, que os dados mensais de atividade divulgados durante esta semana sobre a produção na construção e sobre o volume de negócios nos serviços, referentes ao mês de dezembro, vieram acarretar alguns riscos descendentes sobre estas nossas estimativas de crescimento no derradeiro trimestre de 2019”.

“Este crescimento em cadeia do PIB no quarto trimestre de 2019 deverá ter sido suportado, essencialmente, pela procura interna, antecipando-se novos crescimentos do consumo privado e do consumo público e um regresso do investimento em capital fixo (FBCF) aos crescimentos, com as exportações líquidas, por sua vez, a deverem ter apresentado um contributo positivo para o crescimento em cadeia do PIB, depois do contributo negativo apresentado no terceiro trimestre”, conclui.

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