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Crise da cadeia de abastecimento ameaça recuperação da indústria global da moda em 2022

Cerca de um terço (32%) dos executivos do sector da moda inquiridos no estudo da The Business of Fashion (BoF) e da McKinsey encaram os canais digitais como a principal oportunidade de crescimento no próximo ano, com a sustentabilidade a surgir em segunda posição (12%).
4 Dezembro 2021, 12h41

A crise da cadeia de abastecimento representa um risco na recuperação da indústria global da moda em 2022, segundo um estudo conjunto da The Business of Fashion (BoF) e da consultora Mckinsey & Company, ontem divulgado.

O “The State of Fashion 2022” foi divulgado no segundo dia do VOICES, o encontro anual promovido pelo BoF que junta líderes do sector da moda. Foi elaborado com base em entrevistas realizadas a mais de 220 executivos de topo da indústria e peritos internacionais de moda, fornecendo uma visão sobre o que se avizinha para o sector.

“Após os efeitos devastadores da pandemia, 2022 será um ano crucial para a indústria da moda, uma vez que as empresas tentam recuperar e crescer enquanto se debatem com desafios novos e também existentes”, referem as entidades em comunicado.

“De acordo com o McKinsey Global Fashion Index (MGFI), a indústria registou lucros económicos negativos em 2020, pela primeira vez desde a última década, provocando níveis históricos de consolidação da indústria em 2020 e 2021. Um recorde de 69% das empresas de moda destruíram valor em 2021, o que significa que obtiveram resultados negativos, arrastando para baixo o desempenho global da indústria. No entanto, o MGFI mostra que o setor está a recuperar, uma vez que o desempenho na primeira metade de 2021 aponta para um possível regresso ao lucro económico positivo até 2022”, acrescenta.

O relatório conclui que “a indústria global da moda está pronta para recuperar em 2022, com vendas a ultrapassar os níveis de 2019 em 3% a 8%. A China e os EUA deverão ter uma recuperação mais forte, com a Europa a ficar para trás”. Mas adianta que as pressões na cadeia de abastecimento, que se têm feito sentir em numerosas indústrias a nível global, são o principal desafio para o sector da moda e representando um risco para o ritmo da recuperação, com 67% das empresas a preverem aumentar os preços no próximo ano.

Por outro lado, a sustentabilidade estará no “topo da agenda” da indústria da moda global, com 60% das empresas a aumentarem o investimento em soluções de reciclagem em circuito fechado para reduzir o impacto ambiental.

Cerca de um terço (32%) dos executivos do sector encaram os canais digitais como a principal oportunidade de crescimento no próximo ano, com a sustentabilidade a surgir em segunda posição (12%).

 

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