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Crise nas viagens e turismo afunda contas externas para défice de 864 milhões de euros em abril

Houve uma redução de 1.057 milhões de euros no saldo das viagens e turismo em 825 milhões de euros, devido às medidas de confinamento e às restrições nas fronteiras, o que contribuiu para que o excedente da balança de serviços retraísse 1.371 milhões de euros até ao final de abril.
22 Junho 2020, 11h30

O impacto da pandemia de Covid-19 contribuiu para agravar a balança de pagamentos, que segundo as notas de informação estatística do Banco de Portugal relativas ao mês de abril teve um saldo negativo de 864 milhões de euros, contra apenas 201 milhões de euros negativos nos primeiros quatro meses de 2019. Houve uma redução de 1,057 milhões de euros no saldo das viagens e turismo em 825 milhões de euros, devido às medidas de confinamento e às restrições nas fronteiras, o que contribuiu para que o excedente da balança de serviços retraísse 1.371 milhões de euros até ao final de abril.

Também as exportações de bens e de serviços decresceram 15,0% (11,9% nos bens e 21,4% nos serviços), enquanto as importações caíram 11,2% (10,8% nos bens e de 13,0% nos serviços). “Este resultado foi muito influenciado pelo mês de abril, com as exportações e as importações de bens e serviços a registarem decréscimos homólogos muito acentuados (46,5% nas exportações e 38,3% nas importações)”, indica o BdP.

Paralelamente, o défice da balança de rendimento primário agravou-se para 536 milhões de euros, mais 117 milhões de euros do que registado no período homólogo. A explicar esta evolução esteve em grande medida a redução dos rendimentos de investimento recebidos de entidades não residentes.

Por outro lado, o excedente da balança de rendimento secundário aumentou 117 milhões de euros, devido ao acréscimo das prestações sociais recebidas do exterior e da redução da contribuição financeira paga por Portugal, por comparação ao período homólogo.

De acordo com os dados do regulador, o saldo da balança de capital aumentou 276 milhões de euros face ao homólogo, “em resultado de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários e de uma redução das aquisições de ativos intangíveis”.

Também o défice da balança financeira aumentou, em resultado de uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 1356 milhões de euros.

“Este decréscimo deveu-se sobretudo ao aumento de passivos, com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Em sentido contrário, verificou-se uma redução de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e um aumento de ativos dos bancos sobre entidades não residentes, em títulos de dívida e em depósitos no exterior”, explicou o BdP.

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