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Crise no mercado de retalho deve ser pior do que crise de 2009

Quando a recuperação económica chegar, a publicação estima que esta seja lenta, uma vez que a maioria dos mercados afetados pela crise de 2008/2009 demorou perto de um ano até que as vendas retomassem a níveis pré-crise.
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7 Julho 2020, 13h38

As vendas totais do retalho mundial devem cair para os 23,4 biliões de dólares (20,73 biliões de euros) em 2020, representando uma quebra de 5,7% face ao ano anterior, revela o ‘Business Insider’ com base em estimativas próprias. Numa estimativa pré-Covid-19, o ‘Business Insider’ previa vendas totais de 26,5 biliões de dólares (23,48 biliões de euros), o que significa uma quebra de 12% em relação à nova previsão.

De acordo com a publicação, a magnitude da desaceleração e o ritmo da recuperação serão maiores no mercado do retalho do que a crise financeira que assolou o mundo em 2008 e 2009. Para contextualizar a sua afirmação e previsão, o ‘Business Insider’ recorreu às projeções do Fundo Monetário Internacional, que estima que o Produto Interno Bruto mundial irá contrair 3% em 2020 em comparação com a quebra de 0,1% em 2009.

Quando a recuperação económica chegar, a publicação estima que esta seja lenta, uma vez que a maioria dos mercados afetados pela crise de 2008/2009 demorou perto de um ano até que as vendas retomassem a níveis pré-crise. Para esta crise, o eMarketer, empresa de investigação de mercado, prevê um plano de recuperação mais longo, em cerca de dois anos.

A investigação aponta que a maioria dos países só conseguirá retomar os níveis de crescimento pré-coronavírus em 2022, enquanto alguns países do norte da Europa podem retomar o crescimento económico até ao fim de 2021.

O encerramento de lojas e o facto de cadeias de fornecimento serem interrompidas são efeitos diretos de uma recuperação económica lenta, sendo que estes efeitos serão exacerbados pelo elevado desemprego, um efeito secundário. “Período prolongados de atividade económica abaixo da tendência podem levar a efeitos indiretos, como uma desaceleração das exportações, levando a menores rendas, maior desemprego e insolvências”, afirmou Shelleen Shum, responsável das previsões do eMarketer.

Segundo o ‘Business Insider’, o efeito de um recuperação lenta já se está a sentir nos mercados que reabriram. Nos locais de retalho que abriram na China, um dos primeiro a reabrir, os gastos do consumidor ainda não conseguiram recuperar, mesmo após começar o desconfinamento a 24 de março.

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