Ser otimista é sempre a melhor opção, porque não existe vantagem em ser outra coisa. E em algumas situações com que nos deparamos ao longo da vida, o simples facto de acreditarmos na sua superação pode ser meio caminho andado para o conseguir. A esperança não resolve os problemas, mas dá-nos a força necessária para seguir em frente.

Este otimismo realista, com esperança mas ciente dos factos, é ainda mais necessário perante a pandemia de Covid-19. A vacinação decorre como previsto e tudo indica que no próximo mês a grande maioria dos portugueses estará mais protegida contra a doença. Além disso, a vacinação está a permitir reduzir o número de casos graves.

Apesar do aumento das  infeções com a variante Delta, as fatalidades a que temos assistido são uma pequena fração das que se registavam em janeiro, quando chegavam a morrer 200 pessoas por dia em Portugal. Porém, há estudos que questionam a duração da imunidade conferida pelas vacinas, dando força à possibilidade de uma terceira dose. E cresce o receio quanto ao eventual eclodir de novas variantes resistentes às vacinas.

Pressões políticas à parte, é pois sensata a recomendação da DGS de vacinar as crianças com 12 anos ou mais. O ano letivo está prestes a começar e faltam apenas quatro meses para o início do inverno. Portugal tem de conseguir chegar a dezembro com a esmagadora maioria da população protegida contra a Covid-19 e com a economia a funcionar dentro da normalidade possível e a crescer de forma sustentada.

A este respeito, vale a pena realçar os vários indicadores favoráveis que têm sido divulgados, com destaque para a taxa de desemprego no segundo trimestre, que ficou abaixo da registada no pré-pandemia. Embora a realidade já tenha demonstrado que as cassandras estavam enganadas relativamente à dimensão e duração da crise pandémica (que é sanitária e económica), resta saber se esta tendência positiva irá manter-se após o fim das moratórias, que constitui ainda um fator de incerteza a pairar sobre a retoma.

Por tudo isto, sem querer abusar das citações churchillianas, diria que ainda não chegámos ao fim da crise pandémica, ou sequer ao princípio do fim, mas já passámos, seguramente, o fim do princípio.

Esta coluna regressa em setembro. A todos os leitores, desejo umas excelentes férias.