A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, considerou hoje “inaceitável que o Governo tenha 22 mil candidaturas aos fundos para a agricultura à espera de serem aprovadas”.
Numa visita à FRIMOR, Feira Nacional da Cebola, em Rio Maior, no distrito de Santarém, acompanhada pela cabeça de lista às legislativas de 6 de outubro por este círculo eleitoral, Patrícia Fonseca, a líder centrista reafirmou “o compromisso total do CDS com o mundo rural e com o mundo agrícola”, onde há ainda “um trabalho para fazer”.
Para Assunção Cristas, é “inaceitável que Governo tenha 22 mil candidaturas aos fundos para a agricultura à espera de serem aprovadas” e que as pessoas não possam “contar com essas verbas para os seus investimentos”.
Considerando que o investimento na agricultura é “muito produtivo e reprodutivo” e que “puxa” pela economia e pelas exportações e diminui as importações, Cristas afirmou que o seu partido continua a entender que se deve “caminhar para eliminar o défice agroalimentar”.
“Não conseguimos produzir todas as culturas, mas muitas podemos produzir mais e melhor e isso depende do bom uso dos fundos comunitários e de investimentos críticos que têm que ser pensados para o país”, disse.
Em particular, destacou os investimentos na água, afirmando que “há um trabalho muito sério para ser planeado e feito em Portugal” nesse âmbito.
“Sabemos que Portugal é dos países mais expostos no mundo às alterações climáticas, um clima que será cada vez mais quente e mais seco, e nós temos que nos preparar para ele, temos que nos adaptar às alterações do clima e isso faz-se com investimentos para armazenar água, para usar eficientemente a água no mundo rural, através de uma irrigação eficiente”, declarou.
Questionada sobre a inclusão das questões do ambiente na agenda política desta campanha, Cristas afirmou que o CDS tem um “trabalho feito ao longo legislatura”, destacando a dimensão da água, que é preciso armazenar e gerir melhor, o que implica a realização de investimentos.
Como exemplo apontou a necessidade de serem estudados, “em concreto, os sítios onde precisamos ter barragens de usos múltiplos” e referiu o caso da bacia do Tejo, onde é, nomeadamente, preciso garantir que a cunha salina “não sobe e não prejudica a agricultura”, sobretudo na zona mais a sul do distrito de Santarém.
Para Cristas, é preciso estudar e avaliar “planos pensados no passado que nunca chegaram a ser concretizados”, como a barragem do Alvito.
Cristas conversou com vários ceboleiros presentes na edição deste ano de um certame cujas origens remontam há 250 anos e que é tradicionalmente lugar privilegiado para os produtores do concelho vizinho das Caldas da Rainha (Leiria) venderem a sua produção de cebola e de alho, bem como de outros hortícolas.
Questionada sobre o aumento de alunos que este ano vão ingressar no ensino superior, a presidente do CDS considerou “positivo”, lembrando que o país “tem ainda um trabalho a fazer” para ter recursos humanos mais qualificados.
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