Cristina Rodrigues até pode ser um nome totalmente comum, mas corresponde à pessoa que lidera a Capgemini em Portugal desde 2018. De facto, Cristina Rodrigues esteve nas bocas do mundo por ter sido a primeira mulher a chegar a CEO da Capgemini na Europa.
A gestora destaca-se no ranking anual da Forbes Portugal, na categoria de Serviços, que este ano volta a destacar as mulheres portuguesas mais poderosas nos negócios. Soma 58 pontos na lista e ficou na quarta posição da categoria, sendo que no ano passado tinha ficado no 43º lugar do ranking geral (entre 50 mulheres).
Licenciou-se em Gestão na Universidade Lusíadas e o seu caminho esteve quase sempre de mãos dadas com as finanças, até julho de 2018, quando se tornou CEO da Capgemini Portugal, embora seja muitas vezes apelidada como managing director (o que não está mal, uma vez que é uma função que acumula) e é também membro do conselho de administração da consultora tecnológica.
Iniciou a sua vida profissional na Caixa Geral de Depósitos, em 1994, estreando-se no mundo das finanças. Esteve na CGD até 2000, quando foi convidada para se mudar para a Capgemini Portugal, então com 29 anos, na equipa de finanças.
O desafio, que resolveu aceitar, era desafiante: turnaround da Capgemini Portugal. Este é um passo do qual ainda se encontra orgulhosa ao dia de hoje, mais de duas décadas depois de ter entrada na consultora, o de ter participado na equipa que deu a volta aos resultados negativos. À revista Executiva lembrou que foi contratada para a área financeira e de delivery “com a missão de analisar o que se podia fazer na área de projetos, que é a base da empresa”, sendo que, com resultados negativos, a empresa só tinha dois caminhos: fechar definitivamente o escritório em Portugal ou turnaround (que veio a acontecer).
Depois de mostrar as suas mais-valias, Cristina Rodrigues subiu e tornou-se diretora financeira da Capgemini Portugal em 2009, exatamente nove anos após ter entrado na empresa. Já nesta altura fez história ao ser a única mulher CFO do cluster europeu da Capgemini, composto por 11 países.
Ainda aos dias de hoje se lembra de como era ser a única mulher num mundo só de homens, algo que continua a acontecer após ter assumido o papel de CEO.
Dois anos após assumir um dos papéis mais importantes da sua carreira, Cristina Rodrigues foi, em 2020, eleita como a melhor líder no setor privado, recebendo o primeiro lugar no ranking Best Team Leaders 2020.
Mais recentemente, desde 2022, que é responsável pela gestão da Capgemini Portugal e também pela Capgemini Engineering, marca dentro da consultora que emprega mais de 3.600 trabalhadores.
Numa entrevista ao Jornal Económico no passado mês de novembro, Cristina Rodrigues admitia que a Capgemini Portugal conta com quatro mil especialistas de mais de 50 nacionalidades. “A nossa equipa tem uma média etária jovem (35 anos), é composta por 35% de mulheres. Os nossos colaboradores têm maioritariamente formação nas áreas de ciências Informáticas, engenharias ou gestão. A atração de novo talento continua a ser uma das nossas apostas mais diferenciadoras, com o recrutamento de 500 novos colaboradores nos primeiros meses deste ano e com a previsão de mais 200 novas contratações em áreas chave até ao final do ano”, assegurou.
No ano passado, numa entrevista ao podcast “CEO é o limite” do Expresso, Cristina Rodrigues lembrou que no ano em que chegou à liderança da consultora em Portugal, a Capgemini perdeu o seu maior cliente para a concorrência. “É uma daquelas coisas que qualquer CEO sonha: perder o concurso mais importante que tínhamos naquele ano uma semana após ter chegado ao cargo”, recordou.
Apesar de um pesar pela perda, assume que são estas que “fazem de nós líderes mais fortes”. “Líder deve ficar na retaguarda. Mas quando algo corre mal, o líder tem de ser o primeiro a avançar e dar a cara pelo fracasso. É esse o nosso papel”, defendeu no podcast.
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