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Cruzeiros em Lisboa geram impacto de dois mil milhões no PIB do turismo nacional

Em causa estão 2,16% do PIB do turismo nacional e 0,3% do PIB nacional, sendo que o impacto direto do setor atingiu os 794 milhões de euros em 2023. Na calha está um investimento de 31 milhões, com o objetivo de alcançar “emissões zero” até 2030, através da eletrificação das embarcações.
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30 Outubro 2024, 07h30

O impacto do setor dos cruzeiros na economia atingiu os 1.934 milhões de euros (considerando os impactos diretos, indiretos e induzidos) em 2023. Acrescem 317 milhões de euros em impostos, e a criação de mais de mais de 20 mil postos de trabalho. Contas feitas, são 2,16% do PIB do turismo nacional e 0,3% do PIB nacional.

O impacto direto ascende a 794 milhões de euros (aumento de 136% face a 2019, quando se ficou pelos 336 milhões) e, neste âmbito destaca-se o alojamento. O setor registou receitas na ordem de 142 milhões de euros, decorrentes da atividade dos cruzeiros. Seguiram-se os serviços de agências de viagens (112,8 milhões) e as vendas a retalho (108,8 milhões).

As conclusões são do estudo “Avaliação do Impacto Económico da Indústria de Cruzeiros em Lisboa 2023”, realizado pela Nova SBE e apresentado esta terça-feira, no Porto de Lisboa.

Outros dados indicam que cada navio que faz escala no Porto de Lisboa contribui com 2,29 milhões de euros para a economia nacional, mais de 900 mil euros para a receita fiscal e cria 59 postos de trabalho.

Eletrificação de cruzeiros será uma realidade em 2026

O Porto de Lisboa vai investir 31 milhões de euros no “projeto de eletrificação” dos navios de cruzeiro que passam pela capital. Este deverá estar operacional em 2026, esclareceu ao Jornal Económico o presidente do conselho de administração da APL, Carlos Correia.

O objetivo passa por “eliminar por completo as emissões de gases poluentes”, assim como “reduzir o ruído e a vibração, tornando a atividade mais sustentável e menos impactante”, reitera o responsável.

Pedro Brinca, investigador da Nova SBE e um dos autores do estudo, salienta que o sistema Onshore Power Supply (OPS) vai permitir que, “até 2030, as emissões do Porto sejam zero”, sendo que o projeto passa por apostar em energia proveniente de “fontes limpas”, sublinha.

A primeira fase do projeto está orçada em 18,3 milhões de euros, sendo que o Programa Ação Climática e Sustentabilidade (PACS) Sustentável 2030 vai financiar uma parte, num valor que poderá ascender até aos 14,5 milhões.

Acordo une várias entidades em torno da sustentabilidade do setor

A apresentação teve lugar num encontro que reuniu várias entidades e cujo foco incidiu sobre a sustentabilidade de um sector cujos passageiros gastam, em média, 159 euros, em Lisboa. Em simultâneo, cada cruzeiro que faz escala no Porto de Lisboa contribui, em média, com 2,29 milhões de euros para o PIB e 910 mil euros para receitas fiscais, ao mesmo tempo que resulta na criação de 59 postos de trabalho.

No mesmo encontro, ficou também formalizada a criação do Comité de Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa, que tem em vista a criação de soluções sustentáveis no segmento do turismo de cruzeiros.

Para tal, o comité conta com parceiros como a Administração do Porto de Lisboa (APL), Câmara Municipal de Lisboa, AGEPOR, ANA Aeroportos, CLIA (Cruise Lines International Association), LCP (Lisbon Cruises Port) e Turismo de Lisboa.

O Turismo de Portugal, a TAP e a Associação Zero também concordaram em juntar-se pelo que irão assinar o memorando em breve.

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