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CTT: O futuro passa por estar no mundo do digital e do “e-commerce”

Administrador executivo João Sousa salienta as soluções dos CTT para as empresas, nomeadamente no comércio online. E garante que nenhuma loja será encerrada numa região com “particularidades”.
8 Janeiro 2020, 09h30

Os CTT celebram neste ano os 500 anos do correio em Portugal. Num balanço do que foi 2019 e do que se espera para o futuro, o administrador executivo João Sousa acredita que o caminho passa pelo digital e pelo e-commerce. “Estamos a preparar a empresa para os próximos 500 anos e, no caso do negócio dos CTT, passa muito por estar no mundo do digital e do e-commerce, onde somos claramente o parceiro que pode ajudar as empresas. Todas as empresas podem ir para o digital, todas as empresas podem ir para o e-commerce, mas o produto tem de chegar à casa do cliente e nós somos o parceiro que pode ajudar a fazê-lo acontecer”, salienta.

A área das soluções empresariais é apontada por João Sousa como um segmento que a empresa pretende ver crescer durante este ano, a par da necessidade de consolidar a capacidade de ter uma boa qualidade de serviço em toda a área postal e expresso, ou seja, no seu core business. “Queremos crescer muito na área das soluções empresariais, algumas com capacidades internas e outras com ofertas de parceiros que estão a trabalhar connosco para que nós possamos posicionar-nos junto das empresas como o principal player de serviços para os nossos clientes”, refere o administrador executivo, acrescentando que esta deverá ser a grande novidade dos CTT em 2020.

O Printing & Finishing é um dos recursos que os CTT têm para os clientes empresariais, tratando de imprimir, envelopar e enviar impressos. Essa solução “chave na mão” serve qualquer pequena e média empresa que queira ter a sua loja online, onde “temos uma oferta que vai desde a criação da loja até à entrega do produto e à sua gestão logística”. Os lockers são uma solução associada ao e-commerce, em que as pessoas que fazem compras online podem depois levantá-las em pontos de recolha, num cacifo reservado só para si.

“Temos também uma vertente muito importante, que é a área da publicidade. Os CTT são um player importante na publicidade, sendo hoje conhecido pelo drop mail, ou seja, a informação que deixa na caixa de correio, ou pelo info mail, que é a informação que envia para os clientes, em que estamos também a ganhar competências digitais. Portanto, se uma empresa quiser hoje publicitar os seus produtos ou a sua marca também pode contar com os CTT como um player para o ajudar nesse contexto”, vincou.

João Sousa acredita que estas soluções podem ajudar as empresas da Madeira “a crescer e a florescer”, pois diz que estão associadas “ao dinamismo que tem o Governo da Madeira”, afirmando a possibilidade de desenvolver parcerias com empresas locais.

Relativamente às demoras por vezes sentidas pelos madeirenses na receção das encomendas, o administrador executivo salienta as particularidades da própria região autónoma, nomeadamente em termos geográficos e meteorológicos, que muitas vezes fazem atrasar a chegada das tais encomendas. No entanto, lembra que os CTT estão sempre abertos a tudo o que sejam pedidos de ajuda ou necessidades específicas que lhes cheguem. “Os CTT, com a dimensão de empresa que têm e a importância a nível nacional, nunca podem descurar tudo o que são os temas da agenda nacional e, portanto, estamos cá para ajudar em tudo o que é necessário. Mas há particularidades que são da própria região”, reforça.

João Sousa faz questão de referir que o principal interessado num bom serviço é a própria empresa dos correios, “já que isso permite-nos tratar de crescimento e não de gestão de reclamações ou de satisfação do cliente”, realçando que os CTT têm uma atenção redobrada com os arquipélagos portugueses, de forma a garantir um nível elevado de satisfação. “Se queremos ser o melhor player do mercado, temos de ter essa preocupação na nossa agenda”.

No que ao negócio na região diz respeito, o administrador executivo frisa que as principais dificuldades prendem-se precisamente com o facto de estar a falar de um arquipélago e de não existirem todas as vias de comunicação que se pode encontrar em Portugal Continental.

“Em tudo o resto é uma região como qualquer outra região do Continente, e portanto não há qualquer tipo de distinção. Pelo contrário, o que nós notamos na Madeira é que é um mercado bastante empreendedor, muito aberto a novas formas de trabalhar e a novas soluções. É um mercado de que nós gostamos porque facilmente podemos fazer testes e podemos lançar novas ideias e novas ofertas, porque é um mercado que se adapta facilmente. Tudo o resto são fatores que nós não controlamos, mas para que tentamos arranjar alternativas”, refere.

João Sousa apontou ainda que não vai ser encerrada mais nenhuma loja CTT, quer na região, quer fora dela, e que inclusivamente há a promessa de todos os concelhos terem uma loja CTT, visto que neste momento há concelhos no Continente que não dispõem de tal coisa.

O administrador executivo aproveita também para referir os 500 pontos de venda da empresa dos correios e os mais de 1.800 parceiros, realçando que “ninguém tem uma rede de retalho desta dimensão”.

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