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Cuba, China, Venezuela e Rússia: estas são as ditaduras apoiadas pelo PCP

Ao longo dos anos o PCP tem apoiado sistemas que são considerados ditaduras e recentemente votou contra resolução do Parlamento Europeu a condenar invasão russa da Ucrânia. E há mais: “Coreia do Norte não é uma democracia? É uma opinião”, disse Jerónimo de Sousa em 2019.
3 Março 2022, 10h39

Quando em Portugal os partidos com representação parlamentar condenavam a invasão da Rússia o PCP não fez o mesmo e considerou o conflito um “problema da utilização da NATO”. Depois,  também votou ainda contra a resolução do Parlamento Europeu. Conheça quais os sistemas ditatoriais apoiados pelos comunistas.

Comecemos por Cuba. Em janeiro de 2019, o PCP divulgada um comunicado onde celebrava o 60.º aniversário da Revolução cubana. Na ocasião enviou mensagens a Raul Castro, Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba, e a Miguel Diaz-Canel, Presidente do Conselho de Estado e de Ministros da República de Cuba.

De recordar que foi em 1959 que se deu a revolução Cubana quando foi derrubado o governo ditatorial imposto por Fulgêncio Batista que acabou por se traduzir na tomada de poder da guerrilha liderada por Fidel Castro. O movimento cubano acabou por estar alinhado com o comunismo soviético.

Para o PCP, a celebração da Revolução cubana representa “a valorização das suas conquistas, significado histórico, coerência, perseverança”. “É tão mais importante quanto os valores, ideais e projeto comunista se confirmam como fundamentais para travar a violenta ofensiva do imperialismo”, sublinharam os comunistas.

Também em janeiro de 2019, os comunistas pediam respeito pela soberania da Venezuela depois do presidente venezuelano Nicolás Maduro ter sido reeleito com 67,7% dos votos. A reeleição contou com alguma contestação e denúncias de fraude, bem como com uma abstenção de 54%.

Na altura, o PCP criticou o Governo português por não estar presente na tomada de posse do presidente venezuelano.

“O PCP considera que Portugal deve pautar as relações institucionais com a Venezuela pelo respeito da Constituição da República Portuguesa, dissociando-se das ações de desestabilização e agressão contra aquele País e o seu povo”, referiu o partido liderado por Jerónimo de Sousa.

Os comunistas consideraram ainda que Nicolás Maduro foi legitimamente eleito Presidente da República Bolivariana da Venezuela para o mandato de 2019-2025, em conformidade com a vontade do povo venezuelano expressa nos resultados da eleição presidencial.

Relativamente à Rússia, na terça-feira 1 de março, PCP votou contra resolução do Parlamento Europeu (PE) a condenar invasão russa da Ucrânia. A posição dos comunistas tem sido muito criticada por não condenarem a invasão russa.

Em comunicado o PCP explica que “o Parlamento Europeu adotou hoje uma resolução sobre a situação na Ucrânia, que contou com os votos contra dos deputados do PCP no PE que consideram, entre outros aspetos, que são urgentes iniciativas e medidas que abram caminho à negociação e à paz, e não, como faz a resolução, dar força à escalada de confrontação”.

Segue-se a Coreia do Norte, liderada por  Kim-Jong-un, cujo sistema político é considerado pela maioria uma ditadura. No entanto, para o secretário geral do PCP é discutível qual o sistema que realmente funciona na Coreia do Norte.

Em março de 2019, quando confrontado que a Coreia do Norte não é uma democracia porque não tem políticos eleitos, Jerónimo de Sousa respondeu com um “é uma opinião”. “O que é a democracia? Primeiro tínhamos de discutir o que é a democracia”, disse o líder comunista, acrescentando que o PCP tem “diferenças e divergências” com “esse e outros países que se afirmam de construção do socialismo”, sublinhou o comunista.

O Partido Comunista da China também é apoiado pelo PCP. Em 2019 os comunistas demonstraram o seu apoio aquando do 70º aniversário da República Popular da China.

Na altura, o PCP desejou “os melhores êxitos nas tarefas que o Partido e o Estado chinês se colocam, no caminho de uma sociedade socialista, nomeadamente, a concretização dos importantes objetivos estabelecidos pelo XIX Congresso do PCC e, particularmente, dos que se propõem alcançar por ocasião do centenário da fundação do PCC, em 2021, e do centenário da RPC, em 2049”.

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