O custo do trabalho na zona euro desacelerou no terceiro trimestre, uma evolução que o Banco Central Europeu (BCE) receberá com agrado, dado o impacto na inflação. O indicador abrandou tanto do lado dos salários, como do não-salarial, dando novo sinal claro de alívio para a economia real da moeda única.
O custo unitário do trabalho abrandou de 5,2% no segundo trimestre para 4,6% no terceiro, uma leitura que se dividiu entre 4,4% do lado dos salários (menos 0,5 pontos percentuais do que no trimestre anterior) e 5,2% do lado não-salarial (menos 0,6 pontos percentuais do que no segundo trimestre).
Olhando por setores, a construção registou a maior subida, com 4,6%, enquanto a indústria e os serviços avançaram 4,4% e 4,3%, respetivamente. Já por país, Espanha e Itália registaram acelerações, com Itália a liderar nos 5,2%. Em sentido inverso, Alemanha e França desaceleraram, ficando mesmo atrás das economias do sul do continente.
Apesar de ainda serem valores bastante elevados considerando o objetivo de 2% para a inflação da zona euro no médio prazo, a desaceleração será bem vista pelos decisores do BCE, que vinham colocando o foco da questão monetária na dinâmica salarial.
O banco central tem vindo a apontar para a evolução dos salários como um dos determinantes principais da inflação, lembrando também o impacto das margens de lucro das empresas neste aspeto. A tendência deste indicador aponta cada vez mais para uma queda nas próximas leituras, dando mais margem de manobra ao BCE para continuar a recuar taxas face a uma inflação mais controlada, mas também a uma queda acentuada do nível de atividade.
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