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Dakar 2022 arranca em janeiro na Arábia Saudita com mais participantes, mas menos investimento

O preço da inscrição varia entre os 15.700 euros (moto ou quadriciclo) e os 39.400 euros (camiões). A corrida movimenta entre três a quatro mil pessoas entre staff e participantes.
21 Setembro 2021, 13h12

O Rally Dakar é uma das provas todo-o-terreno mais conhecidas em todo o mundo, quer pela sua dificuldade ou simplesmente pelo seu valor histórico. A edição de 2022 organizada pelo grupo Amaury Sport Organization (ASO), dono do Tour de France, recupera a atividade na edição que será realizada de 2 a 14 de janeiro de 2022 na Arábia Saudita. A organização prevê um crescimento no número de participantes após a edição de 2021, em que houve uma redução de 6%, para 321 veículos. Ainda assim, os gastos diminuirão principalmente devido à redução dos custos dos protocolos de saúde, segundo o portal “Palco 23”.

Para a edição de 2022, a prova espera contar com mais participantes em todas as categorias e, por exemplo, na categoria de veículos clássicos a organização conta com 150 veículos – número bastante superior aos 30 da edição de 2021. No entanto, a ASO diz ainda não conseguir fazer uma estimativa dos participantes porque muitos dos pré-inscritos têm de competir no Rali de Marrocos, que se realiza de 8 a 13 de outubro e serve para obter acesso à prova.

“Será uma das edições com mais participantes na história, as pessoas já tiveram um choque com a pandemia e agora querem passear e viver. O salto no número de participantes será muito grande e teremos novos competidores”, disse David Castera, diretor do Rally Dakar, ao “Palco 23”.

“Vamos ultrapassar totalmente os números de 2021, edição em que pensávamos que haveria uma queda significativa”, afirma o responsável.

Para a nova edição, a corrida prevê que o impacto da pandemia seja menor, pelo que o protocolo também será mais simples, o que significará uma redução de custos. Nesse contexto, a organização exigirá a prova de vacinação a todos os participantes e, caso isso não seja possível, deverão submeter-se a um teste de PCR. “A Covid-19, agora, já não é uma preocupação, aprendemos a viver de uma forma diferente, por isso faremos um protocolo forte”, afirma Castera.

A corrida, que movimenta entre três a quatro mil pessoas entre staff e participantes, pretende reduzir o seu orçamento de gastos entre 15% a 20% para esta edição. A estratégia passará pelas etapas ‘loop’ (etapas que começam e acabam no mesmo local), ou seja, ter que construir menos acampamentos. Além disso, está a trabalhar na redução de custos de hotéis e aviões. “Estamos a trabalhar para baixar o orçamento porque, devido à pandemia, temos que fazer espaços maiores e, por exemplo, temos que limpar muito mais”, diz Castera.

Na última edição, embora a organização tenha tentado reduzir despesas até 20%, no final essa percentagem foi menor. David Castera afirma que “tivemos uma redução menor mas, por exemplo, tínhamos um cardápio grande e a Covid-19 tornou tudo mais caro, obrigando duas mil pessoas a pagar por testes de PCR na chegada e mais mil no regresso”.

A receita caiu na proporção dos inscritos, que contribuem com a maior parte dos negócios para a corrida. O preço da inscrição por moto ou quadriciclo é de 15.700 euros sem descontos, enquanto nos automóveis é de 26.600 euros, no SSV & Veículo Protótipo Leve 24.600 euros e nos camiões 39.400 euros. Em todos os casos, com o voucher de energia alternativa, o valor pode ser cortado para metade.

Nesse sentido, Castera considera que “o futuro da competição depende da adaptação ao mundo atual e aos problemas da sociedade, por isso entrámos no sector elétrico. Os veículos de amanhã vão andar com motores elétricos, mas a questão será saber de onde vem essa eletricidade”, explica.

O diretor do Rally Dakar acrescenta que a competição “é um laboratório para fabricantes de veículos e é compreendido por marcas como Audi, Mitsubishi e Toyota. Ter um projeto verde de longo prazo vai acabar por atrai-las”.

Em 2021, a corrida foi transmitida para 190 países através de 70 redes de televisão, que envolveram 1.200 horas de transmissão e 12 horas de programas diários de campo. Além disso, o site oficial da prova obteve 11 milhões de visitas e 59,8 milhões de reproduções de vídeo nas redes sociais.

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