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Darwin, Éverton, Pedrinho e Lucas. Bruno Macedo intermediou 68 milhões de euros em transferências na época passada (com áudio)

Na época passada, os ‘ encarnados’ quebraram o recorde de investimento no futebol português, com uma fatura total na compra de jogadores de 105 milhões de euros. Só nestes quatro jogadores, cujos processos de transferência tiveram a participação de Bruno Macedo, o Benfica gastou 68 milhões de euros, sem que sejam conhecidos ao detalhe os valores associados às despesas de intermediação, vulgo comissões.
8 Julho 2021, 11h32

Bruno Macedo, o agente de futebolistas e treinadores que foi detido esta quarta-feira na operação que envolveu o presidente do Benfica, esteve envolvido no processo de contratação de quatro jogadores na temporada passada, que no total levaram o clube da Luz a investir 68 milhões de euros.

Na época passada, os ‘ encarnados’ quebraram o recorde de investimento no futebol português, com uma fatura total na compra de jogadores de 105 milhões de euros. Só nestes quatro jogadores, cujos processos de transferência tiveram a participação de Bruno Macedo, o Benfica gastou 68 milhões de euros, sem que sejam conhecidos ao detalhe os valores associados às despesas de intermediação, vulgo comissões.

Pelo que foi noticiado relativamente à transferência de jogadores na época passada, Bruno Macedo participou ativamente nas transferências de Darwin Nuñes (24 milhões de euros), Éverton (20 milhões de euros), Pedrinho (18 milhões de euros e Lucas Veríssimo (6,5 milhões de euros). Além disso, Bruno Macedo também intermediou a transferência de Jorge Jesus do Flamengo para o Benfica.

Ligação de Macedo ao Brasil

No mapa de comissões revelado pela Federação Portuguesa de Futebol, pode constatar-se que as comissões pagas pelas transferências de Éverton, Lucas Veríssimo e Pedrinho foram pagas à empresa Bertolucci Assessoria e Propaganda Esportiva, gerida por Giuliano Pacheco Bertolucci. Este agente, conhecido como o Jorge Mendes do Brasil, tem colaborado com Bruno Macedo já que o empresário português tornou-se agente de futebolistas e de treinadores na órbita de Giuliano Bertolucci.

Segundo um documento detalhado da FPF, o Benfica voltou a liderar a tabela das comissões no futebol português, ao desembolsar 20,3 milhões de euros entre 1 de abril de 2020 e 31 de março de 2021. Mesmo assim, este montante representa uma quebra face às comissões liquidadas pelo clube da Luz a empresários entre 1 de abril de 2019 e 31 de março de 2020. Neste período, o Benfica pagou 34,2 milhões de euros em despesas de intermediação, sendo que 12 milhões de euros foram pagos a Jorge Mendes pela transferência de João Félix para o Atlético de Madrid.

Suspeita de desvio de 2,5 milhões

De acordo com a “RTP” e “Observador”, que citam o mandado de detenção do presidente ‘encarnado’, o Ministério Público suspeita que Luís Filipe Vieira terá desviado cerca de 2,5 milhões de euros do Benfica. A investigação liderada pelo procurador Rosário Teixeira sustenta o empresário de futebol Bruno Macedo e o presidente do clube da Luz combinaram que o empresário iria participar sempre nas transferências dos encarnados.

A investigação sustenta que este empresário alegadamente aumentava de forma indevida as comissões referentes à venda de jogadores para depois reverter os valores para empresas do universo de Luís Filipe Vieira. Na mira das autoridades estão as transferências de três jogadores: os paraguaios Derlis Gonzalez e Claudio Correa e o brasileiro César Martins.

O MP sustenta que a partir de várias empresas offshore criadas nos Estados Unidos da América, Emirados Árabes Unidos e Tunísia, controladas direta ou indiretamente por Bruno Macedo, permitiram transferir quase 2,5 milhões de euros para as sociedades do presidente do Benfica, de acordo com a “RTP”.

Os 2,5 milhões de euros, suspeita o MP, serviram para financiar o pagamento de créditos antigos de LFV, e para comprar terrenos da Inland e de outras empresas do grupo empresarial de Vieira. Este esquema teria a ajuda do empresário Bruno Macedo, do seu filho Tiago Vieira e de outros membros da família de Vieira, segundo o “Observador”.

Luís Filipe Vieira, Tiago Vieira, Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos foram detidos na quarta-feira e já foram constituído arguidos. Hoje vão ser interrogados pelo juiz Carlos Alexandre.

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