O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, as medidas que têm como objetivo amenizar a subida das taxas de juro no crédito à habitação própria e permanente, que passam por proporcionar uma estabilidade na prestação do crédito à habitação e ainda alargar a atual bonificação de juros. Saiba o que disseram os partidos sobre as medidas apresentadas pelo Governo.
Medidas chegam “tarde”, acusa PSD
Pouco depois do debate parlamentar, o líder do PSD, Luís Montenegro considerou que as medidas apresentadas pelo Governo “vêm tarde”. “São medidas que vêm tarde, o Governo age sempre ao retardador”, sublinhou o líder do maior partido da oposição. Para Montenegro, as medidas do Governo são “melhores do que nada” mas critica o facto da medida apenas vigorar durante dois anos: “É muito pouco tempo”.
Chega não vê “nenhuma solução de fundo”
Em reação às medidas apresentadas pelo Governo, o presidente do Chega criticou o facto de, no seu entender, o Governo “não apresente nenhuma solução de fundo para este problema”. “O próprio Governo reconhece que estas medidas já deveriam ter sido, algumas delas, preparadas, estudadas e implementadas quando a crise começou a abater-se sobre centenas de famílias portuguesas que não conseguiram pagar as suas casas e que viram as suas vidas altamente destruídas”, vincou André Ventura.
IL acusa Governo de “cobardia política”
Ao contrário de outros partidos, a Iniciativa Liberal só se manifestou durante debate parlamentar de meia hora onde foram debatidas as medidas apresentadas. “Se Costa algum dia escrever algum livro sobre este período em que Governa Portugal, esse livro só pode ter um titulo: “A arte de rebentar o que restava do mercado de habitação”, apontou o líder do partido Rui Rocha no Parlamento.
Rui Rocha acusou ainda o Governo de cobardia política. “Creio que não há maior exemplo de cobardia politica do que aquele que constatamos aqui com a ausência do Governo na sua bancada que não teve coragem para enfrentar as dezenas de famílias de alojamento local que aqui cá estão”, sublinhou.
PCP considera que é preciso “enfrentar os bancos”
O deputado do PCP, Bruno Pires, afirmou que as medidas apresentadas pelo Governo, para o apoio às famílias no crédito à habitação, são uma “evidência de que aqueles que certamente irão agradecer e aplaudir as medidas anunciadas são os donos e os administradores dos bancos, que continuam a ganhar com os sacrifícios do povo.
“Estamos perante uma opção que é no fundo proteger e defender a banca, que já está a ganhar 11 milhões de euros por dia, perante aquilo que é apresentado aos portugueses como uma redução, teoricamente, da prestação que é paga ao banco, mas os pagamentos são adiados e aqueles que são, aparentemente, reduzidos terão de ser pagos totalmente mais tarde, de forma acumulada ao banco, isto significa poupança zero para as famílias e lucros, por inteiro, para os bancos”, destacou o PCP.
“As pessoas perdem, a banca ganha”, acusa BE
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, resumiu as medidas apresentadas com uma frase: “As pessoas perdem, a banca ganha”. Segundo Mortágua “as pessoas saem a perder nos juros bonificados, porque, na verdade, são todos os contribuintes que estão a ser convocados a pagar e subsidiar os lucros da banca”. “É o dinheiro dos impostos que está a ser dirigido para continuar a subsidiar os lucros da banca: dois mil milhões de euros só no primeiro semestre de 2022”, frisou a bloquista.
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