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David E. Bloom: “Idosos questionam-se sobre como subsistir 20 anos na reforma”

O guru da demografia alerta que estamos na derradeira década para implementar políticas que evitem “cenários catasfróficos”. Mas também salienta que nem tudo será negativo; apenas diferente. Para o professor da Universidade de Harvard, os mais velhos deviam poder escolher trabalhar mais tempo.
15 Fevereiro 2020, 19h00

Professor de Economia e Demografia da Universidade de Harvard, o norte-americano David E. Bloom, veio a Lisboa para participar no ciclo de conferências “Nós, Portugueses”, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Ao Jornal Económico, explicou como o mercado de trabalho se vai adaptar às consequências do aumento da esperança média de vida e do envelhecimento.

A demografia já entrou nos estudos sobre economia?
Em economia aprendemos que o rendimento e os preços são os principais impulsionadores da atividade económica. A demografia também é muito importante – o número de pessoas, as condições em que vivem e a estrutura da idade da população. A demografia é um impulsionador do desempenho macroeconómico em termos do crescimento de rendimento per capita.

A queda da fertilidade no Ocidente é um ponto de não retorno em relação ao rejuvenescimento da população?
É muito cedo para dizer como serão os níveis de fertilidade futuros. Aliás, as Nações Unidas projetam que a fertilidade vai aumentar. Mas não creio que tenhamos muita confiança nessas projeções. Creio que vamos chegar a níveis de fertilidade tão baixos que teremos políticas pró-famílias, por exemplo, incentivos fiscais associados a ter mais filhos, com deduções fiscais. Em alguns países já estamos a assistir a esse tipo de políticas, como na Malásia, em Myanmar ou na Mongólia, e até em países industriais mais ricos. Mas ainda é cedo para apurar os efeitos dessas políticas.

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