David Pedrosa, filho do presidente da Barraqueiro e acionista privado da TAP, é um dos nomes que foi apontado para suceder Antonoaldo Neves na liderança da TAP, sendo considerado como solução “preferencial” dos administradores da TAP nomeados pelo Estado. O nome chegou a constar numa short-list, onde se inclui, pelo menos, mais um nome para a substituição imediata do presidente brasileiro. Mas o gestor, que é membro da comissão executiva da TAP, não deverá aceitar substituir transitoriamente o atual CEO da transportadora.
Segundo fonte próxima ao processo, David Pedrosa integra uma equipa que “está a funcionar bem” e quer continuar “um trabalho que já começou e vai fazer parte do plano de reestruturação da TAP que terá de ser entregue a Bruxelas”, salientando que além do mais trata-se de “uma situação transitória”. Empresa continua à procura de solução interna para substituir Antonaldo Neves.
David Pedrosa, 43 anos, é membro da comissão executiva da TAP, desde novembro de 2015, sendo Chief Controller Officer com responsabilidade nos pelouros do controlo de gestão e financeira, compras, Groundforce assistência em escala ao transporte aéreo) e recursos humanos. Licenciado em Economia, o seu percurso profissional está ligado à consultoria, finanças e transportes, designadamente no Grupo Barraqueiro.
Segundo a mesma fonte, a saída do atual CEO só ocorrerá depois de assinado o acordo de saída de Neeleman que deverá acontecer nos próximos dias depois de concluídos todos os formalismos jurídicos e que evitou a nacionalização da TAP depois de o empresário norte-americano e os acionistas da companhia brasileira Azul terem aceite abdicar do direito de converter as obrigações da TAP, no valor de 90 milhões de euros, em ações.
Antonoaldo Neves entrou na TAP, pela mão de David Neeleman, e a sua saída da liderança da companhia, com a conclusão do acordo de saída do empresário norte-americano da companhia aérea, tornou-se inevitável. A este respeito, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, já afirmou que a permanência do atual CEO na empresa “não faria sentido”, tendo em conta que o acordo de princípio, alcançado a 2 de julho e que deverá ser assinado nos próximos dias, formalizando a saída do acionista responsável pela contratação do gestor brasileiro, o empresário David Neeleman.
Pedro Nuno Santos sinalizou a “substituição imediata” de Antonoaldo Neves, na conferência de imprensa de anúncio do acordo de princípio que garante ao Estado 72,5% da TAP, depois de comprar a posição de Neeleman: “Há a saída de um dos principais acionistas, era difícil explicar que o CEO [presidente executivo] continuasse”.
TAP informa CMVM sobre acordo definitivo
A TAP informou, esta sexta-feira, 17 de julho, que “foi alcançado o acordo definitivo de todas as partes envolvidas” na venda do grupo ao Estado Português esta quinta-feira, após aprovação por parte do Conselho de Administração da TAP ter sido dada. Tal como o JE avançou nesta quinta-feira, foi assim concretizado o acordo de saída de David Neeleman da TAP com o a assinatura do documento final.
Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Grupo TAP informa que tem vindo a ser negociado um empréstimo do Governo ao grupo no valor de 946 milhões de euros, tal como aprovado pela Comissão Europeia. Na nota, o grupo sublinha que o Estado português poderá ainda emprestar ao grupo 254 milhões de euros, não sendo, porém, obrigado a tal.
Na mesma nota, o grupo confirma que o Estado português passou a deter 72,5% do grupo TAP por 55 milhões de euros e que, por 90 milhões de euros a Azul, que até à celebração do contrato era acionista indireta do grupo, renunciou ao respetivo direito de conversão.
O grupo informa ainda que “estão reunidas as condições para a formalização de todos os documentos contratuais tidos por necessários”.
O Executivo anunciou a 2 de julho que chegou a acordo com os acionistas privados da TAP, ficando com 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros, com a aquisição da participação (de 22,5%) até agora detida por David Neeleman. O empresário Humberto Pedrosa detém 22,5% e os trabalhadores os restantes 5%.
O dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai assim da estrutura acionista da TAP, depois de ultrapassada a divergência com o Governo devido ao seu direito de converter em capital o empréstimo obrigacionista da Azul à TAP. Superado este ponto, que precisava do aval dos acionistas da companhia aérea Azul, a TAP mantém o seu compromisso de pagar de volta o empréstimo de 90 milhões de euros, realizado em 2016, que conta com uma taxa de juro de 7,5% e que termina em 2026.
Contudo, o acordo alcançado entre Neeleman e o Governo para a saída do empresário da TAP ainda vai ser votado a 10 de agosto em assembleia-geral para receber a aprovação dos acionistas da Azul. Segundo o Expresso, o acordo fica assim sujeito à verificação da condição da Azul de aprovar no prazo de 30 dias a renúncia à conversão em capital do empréstimo obrigacionista de 90 milhões de euros que concedeu à TAP em 2016.
Para sair do capital da TAP, David Neeleman recebe 55 milhões de euros, dos quais 10,6 milhões irão para a Azul, depois de verificada a condição imposta pelo Estado foi que a Azul abdicasse de converter o empréstimo obrigacionista em ações, que vence em 2026.
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