Começam a faltar adjectivos para caracterizar convenientemente o comportamento de Wall Street, que ontem seguiu de novo imparável para novos máximos históricos, impulsionada pelos sectores das tecnologias e das financeiras. O abrangente S&P500 abriu acima do nível dos 3,300 pontos e nem sequer esboçou grande interesse em ir testar essa fasquia de “número redondo”, que é geralmente um patamar importante.
A sessão pouco ou nada trouxe de grandes movimentos, foi uma caminhada muito estável e com uma ligeira tendência ascendente, quase imperceptível, pelo menos até à última hora do dia, altura em que os Touros decidiram dar uma puxada pelos índices e levaram Wall Street para ganhos bastante interessantes que oscilaram entre os 0.84% no S&P500 e os 1,06% no Nasdaq.
Nos sectores do principal índice as tecnológicas amealharam mais 1,4% e até os activos refúgio estiveram em bom nível, com valorizações que chegaram aos 0,61% nas utilities, enquanto que as energéticas revelaram algumas fraqueza relativa e não foram além de uma subida de 0,31%, não acompanhando os preços do crude que deram um pulo de 1,2% no WTI para os $58.53 por barril, naquela que foi a melhor sessão do “ouro negro” nos últimos dez dias de negociação.
De realçar no entanto o comportamento das small caps, que após uma temporada de menor fulgor em comparação com os Golias de Wall Street, estiveram ontem na mó de cima, com o Russell 2000 a registar um ganho de 1,36%, o que foi encarado como um bom sinal por parte dos analistas uma vez que revela uma rotação de capital e uma participação de todos os títulos neste Bull market imparável (?).
Nas próximas duas semanas a época de resultados acelera com uma boa parte das empresas do S&P500 a divulgarem os seus resultados do quarto trimestre, com o mercado à espera de uma contracção de -0,4% nos lucros dos últimos três meses.
Um fase menos boa que deverá dar lugar a um crescimento de 9,6% durante 2020, o que a ocorrer poderá justificar parte do entusiasmo demonstrado pelos investidores, contudo mesmo assim as avaliações estão já de si puxadas e uma continuação da tendência ascendente só irá agravar esse facto.
O gráfico de hoje é da Google, o time-frame é mensal.
A empresa detentora do motor de busca mais utilizado do mundo atingiu ontem a fasquia de $1 trilião de capitalização bolsista, juntando-se à Apple, Amazon e Microsoft nesse grupo restrito das mais valiosas. Tecnicamente poderá estar perto de uma zona de resistência, na linha superior do canal.
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