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DBRS avalia esta sexta-feira o ‘rating’ de Portugal, com melhoria de perspetiva no ar

A agência de notação financeira canadiana avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em ‘BBB’, com tendência estável. Na última avaliação, a DBRS explicou Portugal poderia beneficiar de um novo ‘upgrade’ caso o país registasse superavits primários sustentados e crescimento económico estável.
4 Abril 2019, 07h47

A DBRS avalia esta sexta-feira a notação da dívida soberana portuguesa, depois da Standard & Poor’s (S&P) ter subido o mês passado o rating de Portugal para BBB e perspetiva ‘estável’. Segundo o economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, uma subida do rating pela agência canadiana não é descartado, mas no mínimo esta deverá melhorar a perspetiva.

“A DBRS tem sido a agência que desde o princípio tem sido mais positiva sobre Portugal. Tendo em conta a avaliação das outras agências e que em outubro a DBRS deu a entender que  poderiam rever em alta, existem condições para que a DBRS possa sentir-se tentada a melhorar o rating. Mas no mínimo, deve passar a perspetiva para positiva”, disse Filipe Garcia em declarações ao Jornal Económico.

A DBRS manteve o rating de Portugal inalterado na última avaliação, em outubro do ano passado, em ‘BBB’, com tendência estável. A agência, que é a quarta maior do mundo, foi a única que manteve Portugal acima do patamar de ‘lixo’ durante a crise das dívidas soberanas na periferia da zona euro. A avaliação da agência canadiana está atualmente alinhada com a da Fitch e a da S&P, mantendo Portugal no segundo nível de investimento. Apenas a Moody’s avalia a dívida soberana portuguesa em Baa3, com perspetiva estável, ou seja, o primeiro grau de investimento.

Em outubro, a DBRS explicou que a notação que atribui à dívida portuguesa poderia beneficiar de um novo upgrade caso o país registe superavits primários sustentados e crescimento económico estável, o que levaria a uma redução adicional do rácio da dívida pública.

Por outro lado, a agência apontou como fator de pressão negativa uma reversão na trajétória descendente da dívida pública, uma deterioração material nas perspetivas de crescimento, ou um enfraquecimento do compromisso político com a política económica sustentável.

Filipe Garcia explica que, face à avaliação de outubro, e tendo em conta estes factores, “as condições melhoraram claramente: temos um excedente orçamental, juros em mínimos históricos e bons dados de crescimento”.

No entanto, na semana passada, o ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu rever a meta do crescimento económico para este ano inscrita no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019). Ressalvando que a economia mundial vive “momentos de grande incerteza”, tendo em conta o impacto do Brexit e das guerras comerciais, Centeno afirmou que a revisão em baixa do crescimento do PIB em 2019, que o Governo tinha estimado em 2,2%, poderá ficar em apenas duas décimas. No entanto, face à insistência do entrevistador José Gomes Ferreira, o governante não se comprometeu com os 2,0%, dizendo que o crescimento poderá ser de 1,9 a 2,1%.

 

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