A Morningstar DBRS confirmou os Ratings de Emitente de Longo Prazo em Moeda Estrangeira e Local dos Estados Unidos da América em AAA. Ao mesmo tempo, a Morningstar DBRS confirmou os Ratings de Emitente de Curto Prazo em Moeda Estrangeira e Local dos Estados Unidos da América em R-1 (elevado). A tendência de todas as classificações de crédito é Estável.
A tendência Estável reflete a visão da DBRS de que a extraordinária solidez creditícia dos Estados Unidos continua a sustentar as classificações AAA.
Os EUA são a maior economia do mundo, altamente diversificada e são líderes globais em investigação e inovação. Apesar da intensificação dos desafios políticos, os EUA beneficiam de instituições democráticas profundamente enraizadas, de controlos e equilíbrios institucionais e de um sistema jurídico forte, diz a agência de rating.
Além disso, os mercados financeiros dos EUA e o dólar norte-americano estão no centro do comércio mundial e dos fluxos de capitais, o que proporciona aos EUA um grau de flexibilidade financeira excecionalmente elevado, acrescenta a DBRS.
Apesar disso, a agência de rating canadiana salienta que “diversos desafios podem impactar a credibilidade dos EUA. A perspetiva fiscal é a principal preocupação”.
O défice orçamental federal é grande, de natureza estrutural, e prevê-se que aumente ao longo do tempo. Défices crónicos e custos de juros mais elevados estão a elevar os níveis de dívida.
O rácio dívida federal/PIB deverá atingir os 100% em 2025 e ultrapassar os 110% até 2030, antevê a DBRS.
As dívidas elevadas e crescentes poderão prejudicar as perspetivas de crescimento do país e a sua resiliência a choques, acrescenta.
Ao mesmo tempo, a polarização política intensificada aumenta o risco de os legisladores continuarem a atrasar as reformas necessárias para colocar as finanças públicas do país num caminho mais sustentável, alerta a DBRS.
A Morningstar DBRS espera que a Reserva Federal se mantenha comprometida com o seu duplo mandato e gira uma inflação baixa e estável. No entanto, as pressões políticas sobre a Reserva Federal, que enfraquecem a qualidade da formulação da política monetária, podem pesar sobre a classificação de crédito, alerta a agência de notação financeira.
A DBRS não prevê quaisquer implicações para o crédito decorrentes de uma potencial paralisação do governo federal.
O Congresso está a ter dificuldades em aprovar projetos de lei de financiamento e as dotações deverão expirar a 1 de outubro. Embora uma paralisação do governo possa ser prejudicial, especialmente para as agências que dependem de despesas discricionárias, o impacto macroeconómico seria provavelmente modesto e temporário.
As notações de crédito podem vir a ser reduzidas devido a um ou a uma combinação de factores tais como a dívida federal detida pelo público ultrapassar 110% do PIB sem um ajustamento fiscal fiável em vigor que melhore substancialmente a trajectória da dívida; devido a uma deterioração da qualidade da formulação da política económica que reduza a resiliência económica e financeira do país; ou devido a uma falha do Congresso em elevar o limite da dívida, forçando o Tesouro a atrasar substancialmente os pagamentos não relacionados com a dívida.
DBRS elogia oito meses de economia americana
A DBRS tem uma visão positiva sobre os pontos fortes fundamentais da economia dos EUA. “A economia dos EUA é excecionalmente grande, representando um quarto da produção global, e altamente resiliente devido à sua diversificação, mercados de trabalho flexíveis e setor privado competitivo. Os EUA albergam os maiores mercados de capitais do mundo e um sistema bancário incomparável em termos de dimensão e diversidade”.
“Os níveis de produtividade em toda a economia são elevados em comparação com outras economias avançadas. É também de salientar que existem poucos sinais de cicatrizes económicas após o choque da Covid-19: o PIB real está em grande parte em linha com a sua tendência pré-pandemia e a taxa de participação da força de trabalho em idade activa está acima do nível pré-pandemia”, refere a agência.
De 2027 a 2030, o FMI projeta que a economia dos EUA cresça, em média, 2,1%.
“Nos primeiros 8 meses de 2025, a economia dos EUA teve um desempenho relativamente bom, apesar das crescentes preocupações com o protecionismo norte-americano. A atividade está próxima do potencial, a taxa de desemprego mantém-se baixa e a inflação tem oscilado, na sua maioria, lateralmente, ligeiramente acima do objetivo”, escreve a agência de rating.
No entanto, há cada vez mais evidências de que a economia está a perder força, alerta a DBRS citando que o crescimento dos gastos dos consumidores moderou-se no primeiro semestre de 2025, e o mercado de trabalho parece estar a arrefecer.
Além disso, a Morningstar DBRS espera que a onda de tarifas americanas aplicadas no início de agosto, a contínua incerteza em relação à política comercial e o policiamento mais rigoroso da imigração pesem sobre a atividade e contribuam para um ritmo de crescimento mais modesto nos próximos trimestres.
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