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DBRS: Guerra comercial pode favorecer banca ao abrandar ou mesmo travar corte de juros

A margem financeira dos bancos europeus pode vir a ganhar com uma guerra comercial entre os EUA e a União Europeia, escrevem os analistas da Morningstar DBRS, alertando, porém, que um abrandamento da economia europeia poderá levar, por outro lado, a uma deterioração da qualidade dos ativos do setor financeiro.
18 Março 2025, 10h45

A possibilidade de o presidente dos EUA vir a impor mais tarifas à Europa pode ditar um aumento dos preços e, com isso, abrandar ou mesmo travar a descida das taxas de juro do Banco Central Europeu. De acordo com a Morningstar DBRS, este cenário pode vir a favorecer a margem financeira dos bancos da zona euro.

“É provável que a administração de Donald Trump imponha tarifas adicionais sobre as importações provenientes da União Europeia (UE), depois de ter avançado com as tarifas sobre o aço e o alumínio. Esperamos que a UE responda com as suas próprias tarifas”, escrevem os analistas da Morningstar DBRS numa nota divulgada esta terça-feira.

“Se as tarifas forem abrangentes e duradouras, isso poderá agravar as perspetivas de crescimento económico na UE e levar à compressão das margens para as empresas europeias e/ou a preços mais elevados para os consumidores”, notam. Preços mais elevados podem “abrandar ou pausar a descida das taxas de juro”, sublinham. O Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a cortar os juros desde o verão passado perante o abrandamento da taxa de inflação que poderá, neste contexto, voltar a acelerar.

Neste cenário, “taxas de juro mais elevadas do que esperado podem continuar a apoiar a margem financeira dos bancos na zona euro, pelo menos inicialmente”, referem os analistas, alertando, porém, que os efeitos negativos das tarifas podem acabar por superar os benefícios, uma vez que isto pode levar a um abrandamento da economia europeia.

“Um ambiental operacional menos favorável para os bancos da zona euro pode acabar por deteriorar a qualidade dos ativos, sobretudo se um abrandamento do crescimento provocar um aumento das falências de empresas e da taxa de desemprego”, referem. Caso isto aconteça, as instituições financeiras “estão bem preparadas para enfrentar este cenário desafiante”, perante as provisões acumuladas e a forte posição de capital.

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