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DBRS mantém notação da dívida de Portugal em ‘BBB (alta)’, mas deixa avisos

A agência de notação financeira manteve a avaliação que faz da capacidade do Estado de honrar os seus compromissos, mas deixou alertas relativamente à performance da economia portuguesa nos próximos tempos.
27 Agosto 2021, 21h04

A DBRS manteve esta sexta-feira a notação dos títulos de dívida soberana portugueses, que assim permanecem com uma avaliação de ‘BBB (alta)’, tal como as perspetivas económicas para o país. A agência de notação financeira canadiana não deixou, no entanto, de fazer alguns reparos à situação económica de curto prazo em Portugal.

A economia portuguesa sofreu severas disrupções trazidas pela pandemia, começa por referir a análise da instituição financeira, dada a elevada dependência do país de sectores que requerem contacto presencial, como o turismo, para o qual a previsão de retoma a níveis pré-pandémicos se mantém para meados de 2022.

De resto, a principal ameaça à saúde financeira nacional é, defende a DBRS, a procura externa. Neste capítulo, e apesar das preocupações com o sector do turismo e o impacto negativo que este tem no indicador, a expectativa é que as exportações de bens melhorem nos próximos trimestres, contribuindo para um possível retorno a superavits na balança externa e para a manutenção da avaliação ‘estável’ que a agência faz das perspetivas económicas portuguesas.

No que toca à saúde das finanças públicas, a DBRS reconhece o risco que coloca o considerável aumento recente da dívida nacional, que deixa o país vulnerável. Ainda assim, a expectativa de redução do rácio da dívida até 114,3% em 2025, juntamente com os reduzidos custos que esta tem representado no atual clima de baixas taxas de juro permitem uma avaliação positiva da liquidez do Estado português.

Já o sector bancário, apesar da evolução positiva que experienciou nos anos antes da chegada da Covid-19, encontra-se agora vulnerável pela abundância de moratórias. A agência canadiana antecipa a possibilidade dos créditos malparados subirem significativamente aquando do levantamento do apoio do Governo a estes contratos, sublinhando que atualmente dois terços do malparado está relacionado com o sector empresarial.

A DBRS foi a primeira agência financeira a emitir a sua segunda avaliação semestral da dívida portuguesa, depois de, já em 2021, ter mantido inalterado o rating nacional. À altura, a instituição deixou avisos quanto à saúde das finanças públicas portuguesas, elogiando o papel da recente recuperação e reequilíbrio das mesmas, mas mostrando-se preocupada quanto aos efeitos da pandemia na dívida pública e quanto aos efeitos das moratórias no sistema bancário.

A próxima avaliação dos títulos soberanos portugueses ocorrerá a 10 de setembro, para quando a S&P tem marcada a sua atualização do rating nacional, que atualmente se situa no ‘BBB’ e com perspetiva ‘estável’. Segue-se a Moody’s, a 17 de setembro, sendo que esta é a única agência a considerar o outlook nacional como ‘positivo’, além de avaliar os seus títulos como ‘Baa3’. A última avaliação do ano ocorrerá a 12 de novembro, quando a Fitch tem agendada a atualização do rating nacional, atualmente cifrado no ‘BBB’ com perspetiva ‘estável’.

[notícia atualizada às 21h20]

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