[weglot_switcher]

Vice-presidente da DBRS: “Portugal não está imune a novos declínios da procura externa”

Em declarações ao Jornal Económico, vice-presidente da agência de rating, Jason Graffam, sublinha que a economia nacional “se tornou mais equilibrada e resistente na última década”, apesar de haver riscos externos.
28 Outubro 2019, 07h50

O vice-presidente da agência DBRS com o pelouro dos ratings soberanos considera que Portugal pode ser afetado por uma possível contração adicional do mercado externo, embora sublinhe que o país tem hoje melhores condições para enfrentar uma dinâmica mais desfavorável da economia internacional.

Em declarações ao Jornal Económico a propósito da desaceleração da Zona Euro, em grande parte gerada pelas dificuldades nas exportações do setor automóvel alemão, Jason Graffam alerta que poderá ainda haver impactos num país como Portugal. “Pequena e aberta, a economia portuguesa não está imune a novos declínios na procura externa”, frisa.

Portugal tem conseguido obter taxas de crescimento do PIB acima da zona euro, mas há riscos no futuro. O responsável da DBRS lembra que as exportações já representam 44% da economia nacional, com uma importância crescente das exportações de peças automóveis, e seriam “inevitavelmente afetadas pela deterioração das condições externas” – a recente desaceleração da economia “reflete essa vulnerabilidade”.

No entanto, Jason Graffam considera “importante salientar que a economia portuguesa se tornou mais equilibrada e resistente na última década”. As exportações diversificaram-se quanto aos produtos e serviços vendidos, bem como aos destinos de exportação, “à medida que as exportações de turismo e mercadorias cresceram em importância”.

Além disso, acrescenta, “as melhores condições de procura interna também apoiaram a atividade económica”. Para o vice-presidente da DBRS, as melhorias no mercado de trabalho, no património líquido e confiança do setor privado têm apoiado a procura doméstica e estão na base do crescimento da economia portuguesa acima da média da EU, nos últimos anos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.