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De lápis a fósforos: há mais de 750 contratos públicos a menos de um euro

Uma embalagem de minas, um parafuso em inox, maçãs para uma reunião e até uma caixa de fósforos: estes são alguns dos ajustes diretos em que entidades do Estado gastaram menos de um euro e que foram publicitados no portal dos contratos públicos BASE. Especialista em direito administrativo alerta que “pulverização” pode traduzir “falta de planeamento” ou necessidade de rever regras da contratação pública.
19 Março 2023, 08h22

Entre a informação disponível no portal BASE, criado para promover a transparência na contratação pública, há contratos de milhões, mas há também centenas de compras em que entidades do Estado gastaram menos de um euro. A notícia faz manchete na última edição do semanário NOVO.

Uma embalagem de minas, um bilhete da CP e até uma caixa de fósforos: estes são apenas alguns exemplos das mais de 750 compras em que o Estado gastou cêntimos e que foram parar à plataforma online. Esta “pulverização de procedimentos de valores insignificantes” leva especialista em direito administrativo a equacionar a necessidade de alterar as regras da contratação pública.

Os ajustes diretos são a forma escolhida para publicitar no BASE estas operações de baixo valor e uma das entidades recordistas, como confirmou o NOVO, é a Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão. A entidade algarvia já publicou no portal oficial dos contratos públicos a compra de um cartão da CP para “carregar a viagem” de um funcionário “de Sete Rios a Samora Correia para levantar uma viatura”, de um parafuso em inox, de rebites (fixadores mecânicos metálicos), de uma embalagem de minas 0,5, de uma lapiseira, de um lápis de carpinteiro e de um apara-lápis metálico.

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