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De Trump a Andrew Johnson. Que presidentes norte-americanos foram alvos de impeachments?

Em 2021 e a sete dias de abandonar a Casa Branca, Donald Trump tornou-se o primeiro presidente a ser alvo de impeachment no mesmo mandato, mas não foi o único presidente que enfrentou um processo de destituição.
  • Donald Trump
14 Janeiro 2021, 14h01

Donald Trump não é o único presidente a ser alvo de destituição, conhecido por impeachment, mas é o primeiro a ser alvo do mesmo processo por duas vezes enquanto presidente dos Estados Unidos da América no mesmo mandato. O processo de destituição aprovado na Câmara dos Representantes no dia de ontem significa que o processo vai passar ao Senado, sendo que teve o voto favorável de dez representantes republicanos.

Ao segundo impeachment, Trump está acusado de incitação à rebelião e insurreição dos ataques domésticos que aconteceram no Capitólio na semana passada, e que causaram a morte a cinco pessoas. Enquanto os democratas consideram que as palavras de Donald Trump incitaram os seus apoiantes a invadir o edifício da democracia, os republicanos defendem o presidente cessante com unhas e dentes, denunciando que este é mais um ataque à presidência de quatro anos do republicano.

A aprovação da destituição do reconhecido empresário aconteceu a sete dias do seu sucessor, Joe Biden, tomar posse da democracia dos Estados Unidos.

Por sua vez, o primeiro processo de destituição de Trump aconteceu em setembro de 2019, com o presidente a ser acusado de reter ajuda financeira à Ucrânia, no valor de 400 milhões de dólares (329 milhões de euros), obrigando o país europeu a investigar alegados atos de corrupção por parte do candidato democrata e adversário Joe Biden, que tinha assumido a sua candidatura há poucos dias.

Apesar do processo ter sido rejeitado no Senado, Donald Trump foi acusado de abuso de poder e de obstrução do Congresso, ao negar fornecer documentos e ao dizer a membros da sua administração para não testemunharem.

O 17º presidente dos Estados Unidos, Andrew Johnson, foi o primeiro a ser alvo de um impeachment devido a uma luta entre o poder da Casa Branca e o Congresso. O democrata Andrew Johnson, que defendia a supremacia branca, passou grande parte do seu mandato presidencial em confronto com o Congresso, tendo vetado a Lei dos Direitos Civis de 1866 que visava fornecer cidadania aos ex-escravos dos Estados Unidos.

Em março de 1868, a Câmara dos Representantes aprovou 11 artigos de destituição contra o vice-presidente de Abraham Lincoln, tendo assumido a presidência quando este foi assassinado. A principal acusação contra Johnson foi que este violou a Lei de Mandato do ano anterior, sendo que o Congresso decretou que Johnson não podia despedir funcionários que Lincoln tinha nomeado.

A lei do Congresso afirmava que o presidente precisava da aprovação do Senado para despedir funcionários executivos confirmados pelo Senado, e Johnson desafiou esta mesma lei ao despedi o secretário de Guerra, Edwin M. Stanton.

Seguiu-se Richard Nixon em 1973, passados 105 anos do impeachment a Andrew Johnson. Neste caso, a votação do impeachment nunca aconteceu, uma vez que o republicano Nixon se demitiu antes do Congresso votar a sua destituição. O processo de impeachment originou-se com o escândalo Watergate, que começou em 1972 quando conhecidos do presidente invadiram o Comité Nacional Democrata, cujo objetivo era garantir a vitória a Nixon nas próximas eleições mas culminaram na sua demissão.

A comissão aprovou três artigos de destituição, sendo que Nixon foi acusado de obstrução da justiça, abuso de poder e conflitos com o Congresso. Nesta votação do impeachment aconteceu algo semelhante à última votação de Trump, em que republicanos se uniram aos democratas e votaram a favor da destituição. Nixon foi avisado por republicanos que o seu partido estava contra si e que seria destituído e condenado, tendo preferido apresentar a demissão do cargo.

Em 1998 chegou a vez de Bill Clinton, com o escândalo sexual com Monica Lewinsky. O processo contra o marido de Hillary Clinton começou em outubro de 1998, depois de se tornar público que Clinton manteve uma relação sexual com a estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky, que na altura tinha 22 anos e era 30 anos mais nova que o presidente.

As acusações que levaram ao processo de impeachment não estavam diretamente ligados à conduta com a estagiária mas por o presidente mentir sob juramento e encorajar a sua administração a fazer o mesmo. Por diversas vezes o agora ex-presidente negou qualquer envolvimento com a sua estagiária para meses mais tarde confessar o envolvimento.

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