As «caixas de recompensa ou caixas de saque» dos videojogos (em inglês, loot boxes)representam vários problemas graves: design manipulador, marketing agressivo e probabilidades enganosas.
A DECO e outras 19 organizações de 18 países de consumidores juntaram-se ao Conselho de Consumidores Norueguês (NCC) que divulga hoje o relatório “Insira moeda: Como a indústria de jogos manipula e explora os consumidores?”. Estes 20 grupos de defesa dos direitos do consumidor exigem regulamentação e actuação das autoridades competentes.
Loot boxes são “caixas ou pacotes misteriosos” de conteúdo digital criados pela indústria dos videojogos que os consumidores compram com dinheiro real. O conteúdo dessas caixas de saque é aleatório, variando desde opções de personalização simples do avatar ou personagem de um jogador, até um upgrade em equipamentos (como armas ou melhorias) que oferecem aos jogadores vantagens para a sua performance nesse videojogo. Os consumidores desconhecem o conteúdo digital dessas caixas ou pacotes para pagar por elas.
O Relatório agora divulgado denuncia os problemas levantados pelas loot boxes que, regra geral, prejudicam gravemente os direitos e interesses dos consumidores, sobretudo dos mais vulneráveis, quer via mecanismos predatórios, quer promovendo o vício do jogo, visando sempre e somente o seu lucro.
A indústria de videojogos, através de técnicas de marketing agressivo, exploração de predisposições e probabilidades enganosas – escondendo-se atrás da utilização de moeda virtual, manipula os comportamentos dos consumidores, inclusive menores, levando-os a gastar elevadas quantias em dinheiro.
Regulamentação? Uma necessidade óbvia e urgente
A indústria de videojogos é uma das maiores indústrias de entretenimento, mais lucrativa do que as cinematográfica ou musical. Em todo o mundo, mais de 2,8 bilhões de consumidores jogam com regularidade videojogos, incluindo crianças e adolescentes. Nas últimas duas décadas, as compras de conteúdo digital adicional tornaram-se uma importante fonte de receita para o setor, gerando mais de 13,5 bilhões de euros.
Porém, e apesar de ser uma grande indústria, o setor dos videojogos, considerado por muitas autoridades um nicho de mercado de entretenimento, tem evitado a investigação pública e a aplicação de regulamentação.
Devido à dimensão do mercado e ao número de consumidores afetados, a DECO, em conjunto com 20 organizações de consumidores, exige que as autoridades nacionais e da UE desenvolvam urgentemente investigações e intervenções regulamentares ao mercado dos videojogos. Reivindicamos a adoção de medidas rigorosas, incluindo a proibição de design enganoso, proteção específica para menores e transparência comercial. As autoridades nacionais e europeias e a indústria deverão garantir um ambiente seguro e transparente para os jogadores.
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