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Deco Proteste recebeu mais de 396 mil reclamações no ano passado

Associação revela que reclamações subiram 16% em 2020 face a período homólogo. Telecomunicações voltam a surgir no topo da lista de reclamações, seguido dos sectores de bens de consumo, turismo, serviços financeiros, sector da água e da energia e transportes, com destaque para o aéreo.
3 Fevereiro 2021, 07h15

A Deco Proteste registou um total de 396.767 reclamações em 2020, mais 16% quando em comparação com o período homólogo, e a maioria das queixas deveram-se ao impacto social e económico da pandemia da Covid-19 nos mais diversos sectores, nomeadamente turismo, comércio eletrónico e lazer.

No sector do turismo, a Deco recebeu 6.838 pedidos de ajuda na linha de apoio aos consumidores turistas, mas foram problemas com compras em linha, dificuldades com reembolso de bilhetes para espetáculos, concertos e festivais, pagamento de mensalidades a creches e jardins de infância, taxas cobradas nos serviços de saúde por equipamentos de proteção individual que constituíram casos mais problemáticos nas 23.745 mediações realizadas pela entidade de apoio ao consumidor.

“A pandemia marcou indubitavelmente o cenário das reclamações no nosso país”, revelou a Deco em comunicado. Ainda assim, e apesar dos efeitos da pandemia nos sectores mais variados, a Deco aponta que os sectores com mais reclamações não variaram muito quando em comparação com anos anteriores.

Em 2020, as telecomunicações geraram 37.723 queixas, situando-se em primeiro lugar na lista, seguindo-se os bens de consumo com 32.866 queixas e o turismo com 26.432, ocupando o terceiro lugar. Os serviços financeiros receberam 24.618 reclamações, o sector da energia e água recebeu 13.985 queixas e os transportes, na sua maioria aéreo, teve 11.507 reclamações.

“Há 13 anos que as telecomunicações são o sector mais problemático para os consumidores. Conflitos relacionados com o período de fidelização, refidelização, práticas comerciais desleais e dificuldade no cancelamento do contrato têm sido uma constante, mas a crise pandémica acrescentou problemas, como os comprovativos para efeitos de cancelamento ou suspensão dos contratos”, aponta a organização.

Além das telecomunicações, também as compras estiveram em destaque nas reclamações, com o sector alimentar a destacar-se nas queixas recebidas pela Deco devido a encomendas entregues tardiamente ou nunca entregues, reembolso de valores já pagos, problemas nos pagamento e dificuldade no contacto com o apoio ao cliente.

Apesar de não se destacar no top das reclamações, a banca viu as queixas focarem-se com o crédito ao consumo, crédito à habitação e cartões de crédito, nomeadamente pagamentos, juros, informações sobre contratos e comissões, enquanto os seguros viram as denúncias aumentar devido a seguros de saúde (comparticipações, coberturas e exclusões), seguros de proteção ao crédito (desemprego e incapacidade) e seguro automóvel (atualizações de prémios).

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