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Défice das balanças corrente e de capital agrava-se para 1.678 milhões em junho

Em comparação com igual período de 2017, as balanças de bens e de serviços tiveram evoluções distintas. O défice da balança de bens aumentou 1.062 milhões de euros enquanto o excedente da balança de serviços [contabiliza as prestações de serviço, entre as quais turismo e transporte] cresceu 662 milhões de euros, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo. O turismo continua a compensar parcialmente o défice entre exportações e importações.
21 Agosto 2018, 14h04

Banco de Portugal publica hoje, no Boletim Estatístico e no BPstat, as estatísticas da balança de pagamentos relativas a junho de 2018. Em contabilidade nacional a balança de pagamentos é composta pela balança corrente, pela balança de capital (regista as transferências de capital unilaterais, aquelas que não originam um fluxo de pagamentos de rendimentos em sentido oposto, entre residentes e não residentes) e pela balança financeira (esta balança é composta pelas balanças de investimento directo, investimento de carteira, derivados financeiros, outro investimento e activos de reserva).

Nos primeiros seis meses do ano, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1.678 milhões de euros, o que compara com -836 milhões de euros em igual período de 2017.

Para este agravamento contribuíram, sobretudo, as balanças de bens (exportações e as importações de mercadorias) e de rendimento primário (onde se incluem os salários, as rendas, os juros e os lucros).

Em comparação com igual período de 2017, as balanças de bens e de serviços tiveram evoluções distintas. O défice da balança de bens aumentou 1.062 milhões de euros enquanto o excedente da balança de serviços [contabiliza as prestações de serviço, entre as quais turismo e transporte] cresceu 662 milhões de euros, essencialmente devido à rubrica de viagens e turismo, cujo saldo passou de 3.953 milhões de euros para 4.637 milhões de euros.

Até junho, as exportações de bens e serviços cresceram 7% (6,8% nos bens e 7,4% nos serviços). As importações aumentaram 8,1% (8,9% nos bens e 4,5% nos serviços).

O défice da balança de rendimento primário aumentou 451 milhões de euros para 3.611 milhões de euros, devido ao efeito conjunto da redução dos dividendos recebidos e do aumento dos dividendos pagos ao exterior, diz o Banco de Portugal.

No primeiro semestre de 2018, o saldo da balança financeira registou uma redução dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 1.334 milhões. “Destacou-se o aumento de passivos das sociedades não financeiras, resultante do investimento de não residentes em títulos de capital”, explica o banco central.

A balança corrente é composta pela balança de bens, a balança de serviços, a balança de rendimentos e a balança de transferências correntes. Portanto, esta balança inclui as transações que têm um carácter regular com o resto do mundo como as exportações, as importações, os rendimentos dos factores produtivos e transferências unilaterais.

A balança corrente é um dos principais indicadores sobre o comércio internacional de um país. Quando esta apresenta um saldo positivo, vulgo superavit externo, então indica que os seus activos no estrangeiro aumentaram, e vice-versa. Já uma balança corrente negativa (deficit externo) implica que a economia do país está a ser financiada por poupança externa.

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