[weglot_switcher]

Deloitte e Cisco criam hub de cibersegurança em Portugal

A parceria entre a Deloitte e a Cisco foca-se no problema da cibersegurança que é um dos problemas mais difíceis de controlar e que traz perdas financeiras e reputacionais para as empresas.
11 Maio 2018, 10h00

A Cisco assinou esta quinta-feira uma parceria estratégica com a consultora Deloitte para criar um hub tecnológico em Portugal, focado na virtualização das redes de telecomunicações. A ideia é aliar as valências das duas multinacionais e criar uma parceria alargada para dar resposta aos problemas de segurança que ameaçam cada vez mais o ciberespaço e colocam em risco as sociedades atuais, cada vez mais conetadas entre si.

Ao Jornal Económico, António Lagartixo, partner e business unit leader na Deloitte, explica que a ideia é criar um “núcleo duro” em Portugal e depois expandir a iniciativa para outros países. “Vamos criar uma equipa madura em Portugal, que servirá de núcleo central, e que depois vai criar e ajudar a desenvolver as equipas locais em cada um dos países da região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África), abrangidos pela Cisco e Deloitte. A nossa ambição é que esta região funcione depois como exemplo a nível mundial”, afirma este responsável da Deloitte, a maior firma de consultoria e auditoria em Portugal.

Esta é a primeira vez que a Cisco e a Deloitte se unem para juntar sinergias na arquitetura de um projeto de segurança nesta área, apesar de já estarem a trabalhar juntas noutros países, nomeadamente nos Estados Unidos. Esta parceria foca-se em três grandes temas: a cibersegurança, a transformação digital e a transformação de operações. À tecnologia desenvolvida pela Cisco, juntam-se os recursos e a estratégia de comercialização da Deloitte, para dar resposta às novas necessidades dos consumidores no que toca às tecnologias.

“A Cisco entra na parte tecnológica, com soluções que serão incorporadas em outras mais amplas da Deloitte. No fundo é olharmos para as necessidades do cliente, juntarmos as duas competências e aparecermos como um conjunto de duas grandes empresas ao serviço dessas necessidades dos clientes”, afirma Sofia Tenreiro, diretora-geral da Cisco em Portugal.

Alexandra Zagury, Managing Director EMEAR Channel Sales da Cisco, acredita que ter em Portugal um centro de excelência focado em cibersegurança é uma mais-valia para Portugal. “Um dos grandes problemas mundiais é não haver muito talento que seja certificado em produtos de segurança. Ter duas companhias que têm essa competência e estarem no mercado juntas, é uma grande mais-valia. Vamos ter mais pessoas treinadas nesta competência que vai ser cada vez mais importante e que ainda não se estuda nas universidades”, defende.

Sofia Tenreiro lembra que a cibersegurança é uma das prioridades da Cisco a nível mundial e que esta é uma das áreas nas quais a Deloitte também tem vindo a apostar nos últimos anos. A consultora criou recentemente um centro de excelência nas áreas de telecomunicações e cibersegurança, que permite ter uma informação mais alargada sobre os ataques cibernéticos que estão a acontecer e, com base nesse conhecimento, elaborar uma estratégia de combate ao cibercrime.

“Hoje toda a nossa vida é conectada. Basta uma quebra de segurança e põe a sociedade em baixo. Basta olhar para os últimos acontecimentos para percebermos que grande parte deles tiveram origem em questões de segurança ou falta dela, o que põe em causa a nossa vida em sociedade hoje em dia é a segurança, seja ela cibersegurança ou física. Quando cada vez mais o nosso mundo é digital, esta questão da cibersegurança torna-se incontornável”, considera António Lagartixo.

A diretora-geral da Cisco em Portugal lembra que os ataques são cada vez mais difíceis de controlar e, muitas vezes, não está só em causa uma perda financeira, mas também a perda reputacional para as próprias empresas. Sofia Tenreiro indica que a média do mercado para a resolução de cibercrimes é de 100 dias e garante que com as soluções de que a consultora dispõe conseguem reduzir para menos de quatro horas a resolução deste tipo de problemas.

“A importância de se criarem alianças em temas como cibersegurança é crítica, porque uma das dificuldades que os clientes de hoje em dia enfrentam é terem dezenas de empresas que lhes fornecem produtos de segurança. Basta que não exista uma comunicação e um alinhamento perfeito entre dois desses fornecedores e isso pode significar uma fragilidade para a empresa”, afirma Alexandra Zagury. “Podermos juntar duas empresas robustas, com uma aposta tão sólida cada uma delas na cibersegurança, antes de irem para o cliente, acaba por eliminar essas fragilidades e apresentar uma solução única, bastante mais robusta e abrangente”, concluiu.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.