Depois da vitória do PS, DBRS espera “mais do mesmo” em Portugal

A agência de notação financeira DBRS antecipa esta segunda-feira, numa análise das eleições legislativas em Portugal, que António Costa vai voltar a formar uma solução governativa idêntica à que estabeleceu desde 2015, e que nada mudará em termos de compromissos europeus no campo orçamental e económico. “Esperem mais do mesmo”, refere a nota aos investidores.

“Sem uma maioria absoluta, o PS provavelmente formará uma coligação semelhante ao Governo existente”, aponta a agência, lembrando depois que “sucessivos governos” desde 2011 foram “bem-sucedidos na adesão à ortodoxia orçamental da Comissão Europeia e na correção dos desequilíbrios macroeconómicos da era da crise em Portugal”.

A DBRS “não espera que isso mude”, já que “o resultado das eleições parlamentares em Portugal aponta para uma ampla continuidade das políticas domésticas”.

Embora lembre que o contexto atual é diferente daquele que se vivia em 2015 quando foi estabelecida a ‘geringonça’ – a situação macroeconómica é hoje mais “saudável” e a pressão imediata para novas “medidas de correção” é “menos intensa” -, a agência de rating espera que o novo Governo se mantenha “focado” nas metas orçamentais, nomeadamente na obtenção de excedentes orçamentais e redução da dívida pública.

Como um novo Executivo continuará a enfrentar “disciplina do mercado” e as regras da União Europeia, a nota antecipa que o novo Governo será capaz de continuar a equilibrar a prudência fiscal com as “prováveis reivindicações” dos parceiros parlamentares para mais apoios sociais e despesa pública. “Independentemente da coligação que emerge, a DBRS Morning Star espera uma ampla continuidade política do próximo Governo, especialmente em torno do compromisso de reduzir o alto endividamento de Portugal. Os principais partidos políticos parecem comprometidos com uma estratégia orçamental durável a longo prazo, e com o cumprimento das regras orçamentais”.