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Depois das cheias, habitantes de Luanda estão à espera de auxílio

As cheias em alguns bairros da capital de Angola – com as chuvas a poderem fustigar a região ao longo do mês de abril – colocam a descoberto um dos maiores problemas da cidade: o lixo acumulado.
20 Abril 2021, 17h50

Depois de Timor-Leste, com cheias devastadoras registadas no início de abril, Angola. O governo português está a acompanhar a evolução das consequências da chuva intensa que se registou na capital do país, que deixou um rastro de destruição e mais de uma dezena de mortos.

Com a expectativa de que a inclemência climática possa regressar ao longo de todo o mês de abril, os habitantes de Luanda estão a gora à espera de ajuda para enfrentarem um cenário de casas submersas, ruas alagadas e amontoados de lixo ainda mais densos que o costume.

“No interior dos bairros periféricos de Luanda, a paisagem transformou-se em intermináveis lagoas, dificultando a mobilidade de viaturas e cidadãos. Crianças e adultos não têm, por vezes, outra alternativa senão atravessá-las”, revela uma reportagem no local feita pela agência Lusa.

A precipitação intensa arrastou enormes amontoados de lixo, ainda visíveis em várias circunscrições da capital angolana e na baía de Luanda, ameaçando a biodiversidade marinha com milhares de garrafas e sacos de plástico entre os resíduos, refere a reportagem.

Perante aquele cenário, a resposta é urgente e é isso que os habitantes estão a pedir. Aparentemente, não isso que está a acontecer. Habitantes locais queixam-se da inoperância da administração distrital e estão à espera que alguém acione verbas do PIIM (Plano Integrado de Intervenção dos Municípios), aprovado em 2020 pelo Presidente angolano para a construção de infraestruturas locais, para poderem fazer face à destruição.

A questão do lixo é mais impactante que o que pode parecer à primeira vista, dado que o entulho acumulado impede que a água circule para fora dos locais em que ficou acumulada. Há duas semanas, o analista Sousa Jamba escrevia no “Jornal de Angola” que “neste momento, Luanda vai precisar de uma força de missão com objetivos bem claros: primeiro, eliminar todo o lixo em todos os bairros; segundo, limpar todos os sistemas de drenagem; terceiro, avaliar o processo de gestão dos resíduos na capital e recomendar formas mais eficazes de tratar disso”.

O balanço provisório apresentado esta segunda-feira pelo Serviço de Proteção Civil e Bombeiros angolano apontava para 14 mortos, centenas de casas inundadas e outras parcialmente desabadas.

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