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Depois de criticar a China por “estar a comprar o Brasil”, Bolsonaro aterra em Pequim para fazer negócios

O presidente brasileiro quer atrair investidores chineses para as empresas públicas brasileiras em privatização, e vender mais produtos para o mercado chinês. Mas há um ano, ainda candidato, o seu discurso era bastante crítico para com o investimento chinês no Brasil.
24 Outubro 2019, 13h11

Depois de criticar duramente a China, Jair Bolsonaro aterrou hoje neste país para tentar atrair investimento chinês para o Brasil.

“Estou num país capitalista”, disse o presidente brasileiro esta quinta-feira quando aterrou em Pequim para uma visita de dois dias.

Mas recuando um ano, a opinião de Jair Bolsonaro, ainda candidato a presidente, criticou duramente a China. “A China não compra no Brasil. A China está a comprar o Brasil”, disse em outubro de 2018 citado pela BBC.

Já depois de o Governo Bolsonaro tomar posse, o seu ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que o Brasil não iria “vender a sua alma” para “exportar minério de ferro e soja” para a República Popular do China.

Com o tempo, o discurso eleitoralista do Governo Bolsonaro baixou de tom, com Brasília a tornar-se mais pragmática em relação à importância das relações comerciais com uma das maiores economias mundiais.

A agenda de Jair Bolsonaro na China está bem preenchida: o Governo brasileiro quer encontrar empresas dispostas a comprar empresas públicas brasileiras em fase de privatização, como a Eletrobras, os Correios e partes da Petrobras. Por outro lado, quer vender mais produtos brasileiros ao império do meio: soja, carne, petroléo e minério de ferro.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo, segundo dados apresentados pela BBC. O Brasil é o país da América Latina em que a China assume maior importância comercial: as importações e exportações atingiram um valor total de 98,9 mil milhões de dólares (quase 89 mil milhões de euros).

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