Depósitos invertem tendência de queda em junho, após descida dos juros dos certificados

Os depósitos das famílias nos bancos portugueses fixaram-se em 174,9 mil milhões de euros em Junho, o que representa um aumento mensal de 0,71% face a maio, de acordo com os números revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. Trata-se uma inversão de tendência depois de cinco meses em queda.

O Banco de Portugal revela que no final de junho de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 174,9 mil milhões de euros, mais 1,2 mil milhões de euros do que em maio. Este foi o primeiro aumento mensal em 2023.

Apesar desse aumento, os depósitos de particulares nos bancos residentes decresceram 3,0% em relação a junho de 2022, segundo o relatório divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.  Isto é, apesar de os bancos estarem a recuperar da fuga dos depósitos, ainda estão longe de recuperar as saídas que registaram até maio.

Os depósitos à ordem e os depósitos com prazo acordado dos particulares apresentaram evoluções diferentes. Por um lado, os depósitos à ordem diminuíram em todos os meses de 2023, com exceção de junho, quando aumentaram 0,1 mil milhões de euros. Por outro lado, os depósitos com prazo acordado estão a crescer desde abril, apresentando, em junho, um crescimento de 1,1 mil milhões de euros, a maior variação mensal desde fevereiro de 2012.

Já o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de junho, 64,1 mil milhões de euros, menos 0,2 mil milhões de euros do que em maio. Em relação a junho de 2022, estes depósitos cresceram 0,8% (1,5% em maio).

Recorde-se que no inicio de Junho, o Governo baixou a rentabilidade dos Certificados de Aforro. A taxa máxima dos novos instrumentos com uma duração de 15 anos, passou a ser de 2,5%, com um prémio de permanência a partir do segundo ano, quando a anterior série entretanto suspensa de certificados pagavam 3,5%. Depois disso verificou-se uma redução de 70% na compra deste produto. Mas para o ministro das Finanças, Fernando Medina, este investimento continua a compensar. O Ministro disse esta semana que mesmo que as taxas de juro em vigor continuam a ser mais competitivas que a maioria dos produtos oferecidos pela banca.