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Deputado lusodescendente Devin Nunes será CEO da rede social de Donald Trump

Destacou-se como um dos maiores defensores do ex-presidente enquanto este ocupou a Casa Branca. Em 2018, descobriu que o FBI estava a liderar uma conspiração contra Trump. Em 2021, o ainda presidente concedeu a Medalha Presidencial da Liberdade.
  • Devin Nunes
7 Dezembro 2021, 18h25

O deputado Devin Nunes, representante dos republicanos pela Califórnia e um dos mais destacados defensores do ex-presidente Donald Trump durante o seu mandato na Casa Branca, vai deixar aquele cargo público no final deste mês para se tornar presidente executivo da nova empresa de Trump que irá funcionar como rede social, a TRUTH (Verdade) Social.

Nunes, que foi eleito para o Congresso em 2002 aos 30 anos, foi reeleito no ano passado para um 10º mandato, que termina em janeiro de 2023. Um comunicado à imprensa da responsabilidade da Trump Media & Technology Group e citado pelos jornais norte-americanos anunciou que Nunes será o seu CEO a partir de janeiro e deixará desde já o congresso norte-americano.

Segundo o “The Washington Post”, Devin Nunes tornou-se também um dos mais proeminentes angariadores de fundos para o partido, mas o lusodescendente não quis voltar a ser confrontado em eleições, uma vez que as primeiras notícias sobre a matéria o colocaram num distrito menos republicano na área de Fresno, que apoiou Biden em 2020.

Em comunicado, o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse que a saída de Nunes “deixa uma lacuna na instituição”, mas elogiou-o por ser alguém bem preparado “para competir frente a frente e liderar uma alternativa ao cartel dos grandes meios de comunicação social e das redes sociais”.

Já Phil Arballo, um gestor democrata que desafiou Nunes sem sucesso em 2020 e quer voltar a concorrer em 2022, respondeu à notícia da retirada de Devin Nunes com uma declaração lacónica: “Boa viagem”.

A Trump Media & Technology Group, que Nunes chefiará, ainda não lançou nenhum produto e adiou a sua investida no mercado das redes sociais, que devia ter acontecido em novembro. O lusodescendente junta-se assim a Trump, presidente da empresa, e ao gestor de streaming de conteúdo Scott St. John – os únicos que são conhecidos como fazendo parte da empresa.

Ainda assim, e segundo a imprensa norte-americana, a empresa tem grandes ambições: prevê competir com gigantes da tecnologia como Twitter, Amazon Web Services e Disney Plus e disse, numa apresentação a investidores, ter em vista 81 milhões de utilizadores e quase 3,5 mil milhões de euros de receita até 2026.

Trump, no comunicado que anunciava a saída de Nunes do congresso, chamou-o “um lutador e um líder … [que] entende que devemos impedir que as redes sociais e a big tech destruam as liberdades que tornam a América grande”.

Devin Nunes disse, por seu turno, que “os Estados Unidos da América tornaram o sonho da Internet uma realidade e será uma empresa americana que restaurará esse sonho”.

Nascido em outubro de 1973, Nunes destacou-se em março de 2017 como presidente do comité de ‘intelligence’ da Câmara dos Deputados, que lançou uma investigação sobre uma possível interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, de que resultaram a eleição de Trump. Em fevereiro de 2018, Nunes divulgou publicamente o chamado ‘memorando Nunes’, de quatro páginas, onde alegava a existência de uma conspiração do FBI contra Donald Trump. Posteriormente, Nunes iniciou uma investigação ao FBI e ao Departamento de Justiça por alegadamente abusar dos seus poderes na tentativa de manchar politicamente Donald Trump. Em janeiro de 2021, Trump concedeu-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade.

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