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Desafios da profissão para 2020

O que há de transcendentemente diferente na revolução digital é a velocidade da mudança, alimentado por uma rede de comunicação global em que a velocidade e a capacidade de processamento de dados permitem ciclos muito curtos de inovação e de adoção massiva de novas tecnologias.
8 Janeiro 2020, 07h15

Estamos em 2020, é um facto. Ano em que provavelmente, não esperaríamos estar perante níveis de exigência tão elevados na profissão. Mas estamos efetivamente. Se é verdade que a tecnologia aproxima muitas realidades, não é menos verdade que no caso da atividade profissional, p.e., de contabilista certificado, tem contribuído para afastar muitos colegas dessa profissão, por via dos elevados investimentos que obrigatoriamente têm que ser realizados no sentido de acolherem todas as exigências que o mercado assim o determina.

Dito isto, parece-me sem grandes margens para dúvidas de que todas estas alterações e exigências vêm, por um lado, filtrar o mercado da prestação de serviços de accounting, em que as firmas que não podem ou não têm interesse em acompanhar a atualidade sairão do circuito, bem como as firmas que ficam, obrigam-se a níveis de qualidade de trabalho como nunca foram vistos. E isto é positivo, sem dúvida. Mas todas estas alterações não são apenas para a profissão.

As discussões sobre revolução digital incluem também, e normalmente, alertas para os riscos de desemprego massivo provocado pela automação de processos, para a perda de privacidade associada à dependência da internet ou para as consequências da inteligência artificial. O último século foi fértil na descoberta e aplicação de novas tecnologias, muitas delas acompanhadas de cenários utópicos que não se concretizaram. O que há de transcendentemente diferente na revolução digital é a velocidade da mudança, alimentado por uma rede de comunicação global em que a velocidade e a capacidade de processamento de dados permitem ciclos muito curtos de inovação e de adoção massiva de novas tecnologias. Daqui resulta que o principal risco da revolução digital pode ser a eventual falta de capacidade das empresas, da sociedade e das políticas públicas para lidar rapidamente com as incertezas criadas. Uma coisa será certa, as empresas não podem perder este “barco”.

 

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