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Descentralização não pode continuar a ser ignorada, afirma autarca de Vila Real

Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real, quer que o poder central se apresse em devolver ao interior o seu papel de equilíbrio. Do próprio litoral.
  • Cristina Bernardo
25 Junho 2019, 15h39

Tendo “as autarquias um papel decisivo no desenvolvimento de Portugal e na consolidação da democracia”, o poder local tem também um papel fundamental no desenvolvimento da economia, disse Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real no âmbito do ciclo de conferências ‘Portugal Inteiro’, da responsabilidade da parceria entre a Altice e o Jornal Económico.

Recordando que “apenas 14% e não os 25% da média europeia” são gastos da responsabilidade das autarquias, Rui Santos confirmou que o poder local é lugar de investimento reprodutivo como não acontece possivelmente em mais nenhum setor e acusou o centralismo de ter um efeito inibidor desse desenvolvimento.

A proximidade com os problemas, sejam eles quais forem, levam a que “este seja o momento certo para a descentralização”. E recordou que, nas eleições de 2017, os autarcas foram mais uma vez apresentados como o melhor que há em Portugal, não sendo por isso de perceber que a descentralização continua a marcar passo – nomeadamente por que “o processo de descentralização terá de passar pela transferência de competência” e todos os níveis: “financeiro, humano, patrimonial”, entre outros.

Rui Santos recordou que “a excessiva concentração nas áreas metropolitanas começa a ser extremamente difícil e cara”. “Ignorar parte do território é mau para o interior e mau para o litoral”, afirmou na conferência cujo tema mais específico é ‘O interior como oportunidade’.

Vila Real apresenta, neste particular, “mudanças subtis”: a “litorização” induzida pelo Túnel do Marão; os custos de localização empresarial e dos custos de contexto; e a constatação de que a autarquia está direcionada para o desenvolvimento, são as caraterísticas relevantes destacadas por Rui Santos.

Entretanto, “criar um ambiente para que o inconformismo” seja um esteio para o desenvolvimento nomeadamente do interior é, por outro lado, a aposta deixada durante a conferência por Alexandre Matos, CFO da Altice. “Tentamos contribuir para esse ambiente” pela modernização dos apetrechos digitais essenciais a esse desenvolvimento, disse ainda – tendo referido “a proximidade com a Academia” como outro sintoma do ADN da empresa. “Investiu cerca de 86 milhões de euros por ano em investigação e desenvolvimento para que seja possível um ‘Portugal Inteiro’”, frisou.

“Portugal está na linha da frente da revolução digital”, disse Alexandre Matos e avançou que “o 5G é um passo fundamental” para o futuro, área em que a Altice quer continuar a ser pioneira.

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