“Desconforto”: Defesa do diretor da PJ a Fernando Gomes caiu mal no DIAP de Lisboa

Foi com “desconforto” que o procurador Pedro Botas assistiu às declarações do diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, que “ilibaram” Fernando Gomes, ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, na Operação ‘Mais Valia’, avançou na quinta-feira o jornal “Correio da Manhã” (CM), de acordo com fonte do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DCIAP).

A mesma publicação diz que as palavras de Luís Neves “não foram coordenadas” com o Ministério Público, e que “não houve qualquer contacto prévio” entre o diretor da PJ, o Procurador-geral ou o magistrado titular do processo.

O CM sublinha que as declarações do diretor da PJ, que referiu que nem Fernando Gomes, nem Tiago Craveiro, antigo diretor geral da FPF, eram suspeitos na investigação em curso “não caíram bem” no DIAP de Lisboa.

Na terça-feira a Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, realizou uma operação policial dando seguimento a 20 mandados de busca e apreensão em domicílios, instituição bancária, estabelecimentos e sociedades de advogados, nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

“No decurso da investigação foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda da antiga sede pertencente à Federação Portuguesa de Futebol, na Rua Alexandre Herculano, nº58, Lisboa. O imóvel foi vendido por onze milhões duzentos e cinquenta mil euros”, referiu a força policial.

A investigação está a ser dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, e estão em causa “factos suscetíveis de integrarem os crimes de recebimento indevido de vantagem, de corrupção, de participação económica em negócio e de fraude fiscal qualificada”.

O antigo deputado do PS Luís Gameiro e o antigo secretário-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Paulo Lourenço são os dois arguidos constituídos na Operação Mais Valia, como confirmou fonte judicial à Lusa.