Depois de três meses consecutivos a subir, o desemprego recuou em fevereiro, face ao mês anterior. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa fixou-se em 6,8%, valor, ainda assim, superior ao registado há um ano.
“A taxa de desemprego situou-se em 6,8%, inferior em relação à taxa de janeiro de 2023 (0,2 pontos percentuais), mas superior à de novembro e à de fevereiro de 2022 (0,3 pontos percentuais e 1,2 pontos percentuais, respetivamente)”, explica o gabinete de estatísticas, que indica também que, no total, a população desempregada encolheu em cadeia para 359,6 mil indivíduos.
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Apesar dos efeitos da guerra, o mercado de trabalho português mostrou-se resiliente durante grande parte do último ano, tendo os níveis de desemprego continuado próximos de mínimos históricos. O fim de 2022 foi, contudo, marcado por uma inversão dessa tendência: em novembro, a taxa de desemprego subiu, o que voltou a acontecer em dezembro e janeiro de 2023.
O Governo manteve-se, contudo, otimista e destacou, ao longo destes meses, que o bom desempenho do emprego. Ao Jornal Económico, o secretário de Estado do Trabalho chegou a avançar que os dados recolhidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para fevereiro mostravam um regresso aos recuos do desemprego, o que se veio a confirmar com os dados divulgados na semana passada pelo referido instituto e esta terça-feira com os números publicados pelo INE.
Já a população empregada, indica o gabinete de estatísticas, aumentou 0,5% no segundo mês do ano, face a janeiro, para 4.923,5 mil indivíduos. E também em comparação com o mês homólogo de 2022 esse universo aumentou: nesse caso, a subida foi de 0,6%. Contas feitas, o INE indica que a taxa de emprego fixou-se em 64% em fevereiro, acima dos 63,7% registados há um mês e dos 63,8% verificados em fevereiro de 2022.
Por sua vez, a população ativa aumentou em cadeia e em termos homólogos para 5.283,1 mil indivíduos. Em causa estão subidas de 0,3% e 1,9%, respetivamente.
No que diz respeito à variação em cadeia, o INE explica que o referido aumento resultou do acréscimo da população empregada ter mais do que compensado a diminuição da população desempregada. Por outro lado, quanto ao aumento homólogo da população ativa, o gabinete de estatística avança que tal foi causado pelo aumento tanto da população empregada, como da população desempregada.
Em contraste, em fevereiro, a população inativa caiu 0,7% em cadeia e 3% face ao período homólogo para 2.404,3 mil indivíduos. “A diminuição da população inativa foi explicada, principalmente, pelo decréscimo do número de outros inativos, os que não estão disponíveis para trabalhar e que não procuraram emprego (12,8 mil; 0,6%)”, indica o INE.
Por outro lado, no que diz respeito à subutilização do trabalho, fevereiro foi sinónimo de uma taxa de 12%, valor inferior em 0,2 pontos percentuais ao do mês anterior, mas superior em 0,9 pontos percentuais ao do mesmo mês de 2022.
A subutilização de trabalho inclui desempregados, subemprego em tempo parcial, inativos disponíveis para trabalhar mas que não procuram um novo posto, e inativos que procuram emprego mas não estão disponíveis para começar um novo trabalho.
Atualizada às 11h30
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