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Desenvolver produtos inovadores de base florestal

O presidente da Celpa salienta que as florestas de eucalipto têm uma taxa de sequestro de CO2 sete vezes superior às de sobreiro.
17 Outubro 2021, 16h22

Um dos principais desafios do sector florestal “remete para a necessidade de conseguir estender, a todas as parcelas da floresta portuguesa, as práticas de gestão sustentável que as empresas associadas da Celpa utilizam nas áreas que gerem e, assim, estender a certificação (FSC® e PEFC™) a volumes crescentes de madeira”. António Redondo, presidente da Celpa, entende que, “além disto, é relevante que, em termos legislativos, se reconheça que, nas condições climáticas de Portugal, a plantação e a gestão ativa das áreas florestais são condições essenciais para que possamos ter uma floresta sustentável”.
“É importante agir com foco no futuro próximo, aproveitando o enorme potencial do sector florestal para criar uma gama de soluções renováveis cruciais para descarbonizar a economia e o planeta.
Outro desafio de sustentabilidade que a fileira da pasta e do papel em Portugal enfrenta é a escassez de matéria-prima. A importação de madeira ou cortiça é, do ponto de vista económico, social e ambiental, muito mais penalizadora do que a utilização de matérias-primas produzidas localmente, além de não gerar riqueza nacional, não contribui para a gestão e ordenamento do território, para a proteção da biodiversidade e para a fixação de CO2, nem para outros serviços do ecossistema”, defende o presidente da Celpa.

 

Na opinião de António Redondo,
“importa referir que, o conjunto de serviços dos ecossistemas prestados pelas florestas plantadas em Portugal são fundamentais para o processo de desenvolvimento do nosso país, para a mitigação eficaz das alterações climáticas e para a transição de uma economia linear fóssil para uma bioeconomia circular, que se desenvolve em harmonia com a natureza, e em que a luta contra o uso de plástico (particularmente de embalagens descartáveis) ou a mudança de fibras sintéticas para fibras à base de celulose em têxteis são apenas os primeiros passos”. O presidente da Celpa insiste que, “para a construção de um futuro sustentável contribuímos com o desenvolvimento de novos produtos de base florestal, substitutos de produtos fósseis, finitos e pouco amigos do clima e do ambiente”. “Esta transformação centrada no desenvolvimento de produtos inovadores de base florestal será crucial para atingir os objetivos do Green Deal Europeu, assegurando uma transição socialmente justa para uma economia positiva para a natureza e neutra para o clima”, assinala este responsável, acrescentando que “as indústrias de base florestal são sustentadas numa matéria-prima natural, renovável, sustentável, reciclável e biodegradável, que plantamos e cuidamos colhendo na maturidade, para replantar novamente num ciclo contínuo e sem fim, no qual o O2 é produzido e libertado e o CO2 atmosférico é sequestrado e armazenado”.
“No caso português, as florestas de eucalipto têm uma taxa de sequestro de CO2 sete vezes superior à das florestas de sobreiro e três vezes superior à das florestas de pinheiro. O sequestro de carbono é, assim, uma das funções mais importantes das florestas geridas de forma sustentável, a par com um impacto muito positivo na biodiversidade”, salienta o presidente da Celpa. Como desafio futuro, António Redondo elenca as novas tecnologias, que “abrirão, sem dúvida, o caminho para mudanças positivas em diversos domínios da gestão florestal”. “Na Celpa, acreditamos na capacidade da tecnologia para vencer os desafios que o sector florestal poderá vir a enfrentar (além de contribuir para a descarbonização) e uma das áreas em que isso se irá verificar será na aplicação de técnicas florestais associadas à ‘Silvicultura 4.0’, nomeadamente através de equipamentos utilizados especificamente na silvicultura , contribuindo para o rigor, fiabilidade da informação e o aumento de eficiência”, diz.

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