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Desfasamento de horários é “desnecessário”, diz presidente da CIP

O presidente do CIP prevê ainda que para o setor automóvel “introduzir estes desfasamentos com a cadência de produção, com as linhas de produção que estão montadas, pode levar a complicações dessas mesmas linhas”.
  • Cristina Bernardo
21 Setembro 2020, 11h16

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou esta segunda-feira, 21 de agosto, o desfasamento de horários decretado pelo Governo “desnecessário” e prevê que a medida possa causar algumas “complicações” em áreas como o setor automóvel.

“Toda esta alteração eu diria que é desnecessária porque as empresas com esta tipologia já têm na sua generalidade protocolos de segurança para evitar a disseminação da pandemia”, apontou ao “Observador” António Saraiva referindo-se a empresas com mais de 50 trabalhadores.

Quanto ao impacto financeiro do desfasamento de horários, o presidente da CIP explicou que é um valor que “será calculado depois da obrigatoriedade da implementação desta medida”. No entanto, consegue antever que para o setor automóvel “introduzir estes desfasamentos com a cadência de produção, com as linhas de produção que estão montadas, isto pode levar a complicações dessas mesmas linhas”.

António Saraiva acredita ser preferível o Governo manter “aquele quadro que já era prática nas nossas empresas e não viesse causar este ruído”, recordando novamente que as empresas já tinham implementado protocolos de segurança. “De março para cá , mal seria que as empresas não defendessem os seus trabalhadores”, sublinhou o dirigente da CIP.

A 17 de setembro, depois de reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência anunciou que o Governo tinha aprovado o desfasamento horário. Assim, as regras ditam que “o desfasamento de horários de trabalho e saída dos trabalhadores que podem ir de um mínimo de 30 minutos a um máximo de uma hora face ao horário estipulada”, destacou Mariana Vieira da Silva.

“Estão ainda previstas a criação de equipas estáveis, assim como a promoção do teletrabalho, sempre que a natureza da atividade assim o permita”, referiu a ministra da Presidência.

Apesar do sistema criado pelo executivo de António Costa, a CIP defende que o Governo deve ir mais além e apresentou um conjunto de medidas, também a 17 de setembro. 

A CIP defendeu um sistema de carry back, por ser “óbvio que a maioria das empresas terá prejuízo” no ano que corre, e que este será “ refletido nos anos anteriores”. Outras das medidas consistem em capitalizar para investir, estimular e atrair fiscalmente o investimento, Qualificar e requalificar para competir, melhorar o ambiente de negócios e investir com racionalidade, mencionou  Óscar Gaspar, vice-presidente do Conselho Geral e vogal da direção da CIP.

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