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Desigualdade de genéro no mercado de trabalho é “economicamente ineficiente”, diz o FMI

Estudo publicado pelo FMI identifica dois mecanismos sobre género com impacto nos benefícios económicos: a diversidade de género e a realocação salarial.
9 Outubro 2018, 05h01

A maior participação das mulheres no mercado laboral beneficia ambos os sexos, devido a um aumento dos salários dos homens em resultado de uma maior força de trabalho, conclui um estudo publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O estudo “Economic gains from gender inclusion: new mechanisms, new evidence”, divulgado pelo FMI esta terça-feira, dia 9, reconhece que “ainda que tenha existido progresso no aumento da participação feminina na força de trabalho (FLFP) nos últimos 20 anos”, o ritmo tem sido desigual e permanecem “grandes lacunas”.

Os autores Ostry, Alvarez, Espinoza e Papageorgiou consideram que uma diminuição da desigualdade de género na participação no mercado de trabalho “provavelmente irá gerar grandes benefícios económicos”.

Identificam assim dois mecanismos: a diversidade de género e a realocação salarial. No primeiro, sublinham que o beneficio da entrada das mulheres num ambiente laboral vai além do benefício resultante de ter mais trabalhadores.

“Essa hipótese encontra suporte nos dados – dados de macro entre países e dados no ao nível das empresas. Este artigo conclui que o trabalho masculino e feminino são complementares na produção”, explicam os autores, acrescentando que “os resultados também sugerem que os modelos padrão, que não diferenciam os géneros nas suas análises, subestimam o impacto favorável da inclusão de género no crescimento e atribuem erroneamente à tecnologia uma parte do crescimento que é realmente causado pela participação das mulheres”.

Relativamente à realocação setorial, identificam que “à medida que as famílias ficam mais ricas durante o processo de desenvolvimento económico, a procura por serviços aumenta e a mão-de-obra é realocada para o setor em crescimento”.

“Isto torna a discriminação contra as mulheres no mercado laboral não apenas economicamente ineficiente, mas também diretamente cara para os homens”, defendem.

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