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Desigualdade de género no mercado laboral da América Latina mantém-se

O estudo “Panorama Social de América Latina 2018”, elaborado pela Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal), concluiu que, em 2016, a taxa de desemprego urbano era de 10,4% entre mulheres e de 7,6% entre homens nesta região.
19 Janeiro 2019, 15h59

No mercado de trabalho em países da América Latina e as Caraíbas, a diferença entre homens e mulheres persiste e, em alguns casos, aumentou nos últimos anos. Esta é uma das conclusões do relatório “Panorama Social de América Latina 2018”, elaborado pela Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas (Cepal).

Segundo o documento, em 2016 a taxa de desemprego urbano era de 10,4% entre mulheres e de 7,6% entre homens. No mesmo ano, 48,7% das mulheres recebiam remunerações abaixo do salário mínimo, índice que cai para 36,7% entre os homens. Na distribuição por faixa etária, a diferença se mantém, alcançando o máximo nas trabalhadoras com idade entre 45 e 64 anos, parcela onde a diferença chegou a 16 pontos.

No mesmo ano, em média, 26,9% das mulheres ocupadas estavam em situação classificada pelo estudo como “subemprego” (em razão dos valores abaixo da linha da pobreza e com jornadas extensas), contra 19% dos homens na mesma condição. A média geral foi de 21,5%. Na evolução histórica desde 2002, os índices caíram para os dois géneros, embora em ritmo maior no caso dos homens, “razão pela qual aumentou a brecha de gênero”, destaca o estudo.

Considerando os trabalhadores que contribuem para a Previdência, houve uma inversão entre 2002 e 2016. Enquanto na primeira data a média dessa condição era maior entre mulheres (37,7%) do que entre homens (36,4%), na segunda essa prevalência mudou com índice maior no público masculino (46,5%) do que no feminino (45,5%).

A maior diferença de género no mercado de trabalho identificada pela pesquisa da Cepal está naquelas mulheres jovens fora dele: as que não estão empregadas nem estudam, denominadas “nem nem”.

As jovens que não estudavam nem trabalhavam em 2016 correspondiam a 31,2% nos países pesquisados da região.Já quando a análise se voltou aos homens jovens, esse índice caiu quase três vezes, ficando em 11,5%. Embora, nos últimos 15 anos, a queda na percentagem desta condição tenha sido maior entre as mulheres, a diferença mantém-se representativa.

“Enfatizamos o tema da juventude, porque é a porção etária que está enfrentando as maiores dificuldades de inserção laboral e, sobretudo, as mulheres”, afirmou a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.

Entre os fatores para esse quadro, a Cepal citou a ausência de políticas e sistemas de cuidado, a manutenção da divisão sexual do trabalho nas famílias, a gravidez na adolescência e a alta carga de trabalho doméstico e de cuidado, ambos não remunerados.

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