O baixo valor do yuan em comparação com o euro está a contribuir para um aprofundamento do défice comercial da zona euro com a China, dada a pressão para que as empresas europeias se abasteçam junto a fornecedores chineses, onde conseguem preços mais baixos. Continua a haver indícios de manipulação da divisa, algo que Pequim rejeita, isto numa altura em que ambos os lados se preparam para a reunião bilateral desta semana.
Um estudo do Instituto Económico Alemão citado pela Reuters aponta para uma tendência cada vez mais evidente de fornecimento às empresas europeias vindo da China, algo agravado pelos custos artificialmente baixos mantidos na segunda economia do mundo à boleia de um yuan fraco.
“Os custos artificialmente baixos na China, movidos por uma subvalorização do yuan, são simplesmente demasiado atraentes”, lê-se no relatório consultado pela Reuters. Em caso contrário, a pressão nos custos para empresas com fornecedores europeus torna a concorrência inviável.
Como consequência, o défice comercial europeu com a China tem-se vindo a agravar: se há dez anos pouco ultrapassava os 100 mil milhões de euros, no ano passado ficou em 305,8 mil milhões, isto depois de ter fixado um máximo em 2022 com 397,3 mil milhões.
Esta notícia surge na véspera das conversações bilaterais entre representantes da UE e chineses em Pequim, esta quinta-feira, e numa altura em que as tensões comerciais estão ao rubro, dada a incerteza criada pelas políticas de Trump e os pontos de contenda – muitos já com vários anos – entre a Europa e a China.
A ideia de que Pequim mantém a sua divisa propositada e artificialmente baixa para estimular as exportações não é nova e tem indícios fortes do lado europeu. Apesar da diferença nas estruturas de custos entre as empresas europeias e chinesas, o par cambial praticamente não tem mexido nos últimos anos, contrariando a dinâmica natural de mercado que deveria levar a uma apreciação do yuan.
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