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Deutsche Bank envolvido em esquema de lavagem de dinheiro de 20 mil milhões de dólares sem saber

Ao que tudo indica, entre 2010 e 2014, criminosos russos com ligações ao Kremlin e com o FSB, o sucessor do antigo KGB, utilizaram a operação de lavagem de dinheiro, intitulada Global Laundromat, para colocar capital no sistema financeiro mundial.
18 Abril 2019, 15h01

O Deutsche Bank, que está em negociações para se fundir com o Commerzbank, poderá ter sido apanhado num escândalo de lavagem de dinheiro proveniente da Rússia no valor de 20 mil milhões de dólares (cerca de 17,7 mil milhões de euros ao câmbio atual).

Segundo um relatório confidencial a que o jornal britânico “The Guardian” teve acesso, o Deutsche Bank envolveu-se numa “vasta” operação de lavagem de dinheiro, intitulada Global Laundromat.

De acordo com o relatório confidencial, o Deutsche Bank desconhecia estar envolvido nesta operação até que o “The Guardian” e a “Organized Crime and Corruption Reporting Project”, uma organização internacional sem fins lucrativos do setor dos media, publicaram a história a noticiar o relatório.

Ao que tudo indica, entre 2010 e 2014, criminosos russos com ligações ao Kremlin e com o FSB, o sucessor do antigo KGB, utilizaram o Global Laundromat para colocar capital no sistema financeiro do ocidente.

O “The Guardian” referiu que os detetives que estão investigar o caso acreditam que a quantia total movimentada poderá ascender aos 80 mil milhões de dólares (70,79 mil milhões de euros).

No esquema de lavagem de dinheiro, empresas fantasma, sediadas no Reino Unido, concediam crédito umas às outras. As empresas incumpriam os crédito fictícios, mas juízes corruptos da Moldávia autenticavam a dívida. “Muitos milhares de milhões foram transferidos para a Moldáviae para os Países Bálticos através de um banco na Letónia”, lê-se na publicação.

O Deutsche Bank era depois utilizado para lavar o dinheiro através da sua rede, possibilitando a entrada de capital russo nos Estados Unidos, na Ásia e na União Europeia.

O banco encomendou uma inspeção a dois investigadores financeiros interno para descobrirem o grau de participação do Deutshe Bank neste esquema.

“Os dois investigadores encontraram numerosas entidades de ‘alto risco’. Estas incluiam 1.244 entidades nos Estados Unidos, 329 no Reino Unido e 950 na Alemanha. Estas entidades foram responsáveis por cerca de 700 mil transações, incluindo, pelo menos, 62 milhões de libras esterlinas no Reino Unido, 47 milhões de dólares nos Estados Unidos e 55 milhões na Alemanha”, relatou o “The Guardian”.

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